Não é de hoje que o petropolitano vem reclamando das condições do transporte público na Cidade Imperial, antes mesmo do incêndio na garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha, no dia 9 de maio, quem depende de transporte público sofre com diversos problemas. E após o incêndio, até empresas que não foram afetadas pelo ocorrido, recebem críticas diárias com problemas inconvenientes.
Linha 700
A linha 700 (Itaipava-Centro) da empresa Turp é famosa devido aos problemas. Humoristas quando realizam shows na cidade satirizam a situação. "Quem pega o 700 em Petrópolis sabe que acontece de tudo, para quem não sabe, 700 é o número de pessoas que cabem ali dentro", piada feita pelo humorista Kwensy em divulgação de um show em Petrópolis.
Superlotação, e grandes intervalos de horário são apenas alguns deles. "O 700 é um ônibus que você paga caro e não tem conforto nenhum, muito mal, sem contar que sábado e domingo eles diminuem a frota, acho que eles têm que aumentar a quantidade de ônibus e diminuir a passagem", opina o vendedor Felipe Corrêa. Além disso, passageiros denunciam que há semanas um ônibus faz a rota da linha 700 com luz apagada mesmo com passageiros dentro do veículo. O Correio recebeu um vídeo onde esse ônibus passa sem parar no ponto com diversos lugares disponíveis. A reclamação do petropolitano é quando ocorre essa situação e demora quase meia hora para passar outro veículo.
Em resposta, o Setranspetro informou que a Turp irá solicitar esclarecimentos ao motorista, com relação ao letreiro apagado no ônibus, e destaca que a frequência de partidas da linha 700 do Terminal Itaipava no horário do registro do vídeo é de 15 em 15 minutos.
Quebra de ônibus
Na última segunda-feira (12), um ônibus da viação Cascatinha quebrou próximo a entrada do Carangola. A reportagem consultou a placa do veículo junto ao Detran RJ, onde foi constatado que o veículo está no último ano de utilização segundo limite máximo de 11 anos exigido pela CPTrans, e com licenciamento um ano atrasado.
Não é novidade que os ônibus da Cascatinha quebram durante o trajeto, porém este caso provocou congestionamentos e lentidão cerca de 3 horas depois no horário de pico. "Eu fiquei preso em torno de uns 25 minutos, num trecho ali depois da faculdade até o Palácio de Cristal, isso porque eu fui reto não peguei a 13", relata o taxista Bruno Dias.
A estudante Maria Eduarda Monteiro também sofreu com o trânsito de segunda. "Eu sai do Centro umas 16h30 e cheguei no terminal (Corrêas), às 18h e pouca". A universitária ainda sugere: "Já que a CPTrans estava lá, deveriam fazer alguma coisa, fazer um desvio, tirar o ônibus de lá ou sinalizar. Teve gente ali na Barão quase chegando no Retiro que estava passando por cima do canteiro para dar a volta e tentar sair por outro lugar", relata a estudante.
A empresa, em nota, informou que lamenta o transtorno, e que por uma falha e também por segurança, foi necessário que a manutenção do coletivo acontecesse no local, sem possibilidade de direcionamento à garagem.
Horários inconvenientes
Outra questão é a inconsistência de horários dos ônibus da viação Cidade Real. A reclamação é que o serviço é encerrado cedo demais e o horário é muito espaçado. Um exemplo é a linha 107 (Terminal Centro- Manoel Torres) que tem o último ônibus saindo do Centro às 22h em dias de semana, e 21h10 em domingos e feriados. Outra linha que recebeu reclamações foi a 150 (Terminal Bingen- Terminal Corrêas) apesar de intercalar dois distritos importantes da cidade, nos fins de semana e feriados o último horário saindo do Bingen é às 20h.
A linha principal da empresa também recebe críticas o 100 (Centro-Bingen) tem como último horário 22h30 do Centro e 22h55 do Bingen. "Durante o dia é bom, mas acaba muito cedo, durante a semana o último ônibus é 22h30 sendo que é a principal linha de acesso à cidade", comenta Luan Mantovi, professor de Educação física que utiliza tanto o 100, quanto o 107. "Péssimos. Eles saem todos juntos num horário só. Aí, quando você precisa não tem nenhum, fica uma esperando", comenta a estudante Daniele Barbosa que reclama de ônibus que atendem a região do Contorno.
Outro problema são os longos intervalos entre as viagens, a linha 133 (Centro- Alberto de Oliveira) tem um intervalo de 1h20 para cada viagem saindo do Centro.
A Cidade Real informou que o atual quadro de horários é suficiente para atender toda a demanda de passageiros de cada região. A empresa ainda reforça que, inclusive, após o horário convencional de circulação dos coletivos, os passageiros ainda contam com a operação dos ônibus corujões.
Questionamos a Prefeitura um posicionamento sobre a situação dos ônibus e até o encerramento desta matéria não recebemos resposta.
*Estagiário