Por: Bernardo Filho*

OPINIÃO: Jogo das pesquisas

Em toda e qualquer campanha política, chamam à atenção, as famosas e alardeadas "pesquisas de intenção de voto".

Muitos dão importância significativa aos resultados e pautam suas estratégias em cima dos números tabulados; para outros, pesquisa é fato e não se pode jogar toda a estratégia de campanha na conta destes números.

Fato é que, uma pesquisa bem feita, conduzida para conhecer caminhos e pautar a tentativa de anulação de resistências ao nome de um candidato, poderá dar o resultado que dela se espera. A descoberta dos locais de deficiência (onde o candidato está mais fraco), mostra quais as melhores composições de chapa (quando a composição for possível) e o que pensa o eleitor.

As datas das pesquisas são de suma importância para balizarem os caminhos, apenas para dar uma noção de rumo, e digo isto porque mais de 50% do eleitorado escolhe seus candidatos na última semana.

Outrossim, é público e notório, que quem encomenda e paga a pesquisa, quer dela obviamente tirar proveito. Logo, todas, repito todas, as pesquisas devem ser olhadas com parcimônia. Salvo as que não são registradas na Justiça Eleitoral e nem circulam frente ao grande público, porque foram encomendadas com o objetivo de real balizamento, encomendadas por coordenadores de campanha. Estas realmente balizam.

Pesquisa eleitoral tem em si uma grande dose de descrédito frente ao grande público, devido a manipulações levadas a efeito no passado, que criavam uma realidade inexistente, quando o método direcionava o resultado. Nada mudou e hoje continua a mesma coisa.

Quando muitos pensam que basta o registro da pesquisa na Justiça Eleitoral para que dela se extraia verdades, isto é um ledo engano. As manipulações estarão presentes e detectáveis a olhares acuidados e críticos, daqueles que são familiarizados com as metodologias.

A depender do método em que se busca um resultado específico e do direcionamento da pergunta, ou seja da formulação desta, a condução leva a um resultado tosco

A grande pergunta é: então não devemos confiar em pesquisas? A resposta é sim e não. Pesquisas induzidas pouco retratam a realidade, salvo nos últimos dias de campanha e ainda assim, manipulações podem estar incluídas. Porém, de maneira mais ampla, pesquisas boas e bem feitas podem sempre ajudar.

*Advogado, Professor Universitário e Jornalista