A 17ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou uma nova data para julgar o recurso da empresa de ônibus Petro Ita na ação que cobra melhores condições dos ônibus em Petrópolis O julgamento está previsto para o próximo dia 16 de maio. A empresa pede a suspensão de um processo que tramita na 4ª Vara Cível, aberto em 2010, que já naquela época cobrava melhorias no serviço de transporte na cidade. Em 2018, a ação foi arquivada, após um acordo entre as partes, em que foi determinado que a Petro Ita deveria manter em circulação os coletivos em boas condições. Com a sucessão de problemas recentes, em 2022, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu o desarquivamento do processo, dando continuidade à cobrança de melhores condições de segurança no serviço.

No ano passado, o juiz Jorge Luiz Martins, da 4ª Vara Cível de Petrópolis, chegou a intimar a Petro Ita e também a Cascatinha a retirarem de circulação todos os ônibus reprovados em razão de segurança. A Petro Ita então foi contra a reativação do processo e questionou a Justiça sobre a decisão da 4ª Vara Cível de Petrópolis. "O pedido era completamente descabido, eis que o processo já havia transitado em julgado há mais de sete anos, com anuência do Ministério Público", afirmou a empresa.

A vereadora Julia Casamasso (PSOL), da Coletiva Feminista, oficiou a Prefeitura de Petrópolis para que crie uma comissão mista com representantes do legislativo, executivo e sociedade civil para debater como será utilizado o recurso de R$ 241 milhões do PAC Seleções destinado à reestruturação do transporte público no município. Segundo a vereadora, além da comissão, requereu à Prefeitura informações sobre este recurso. A verba é um empréstimo feito à Caixa Econômica que deverá ser pago com carência de 4 anos. Julia disse que a preocupação é de que esse dinheiro não seja usado para recuperar empresas privadas.

Enquanto isso, foram registrados dois acidentes graves envolvendo ônibus da Petro Ita neste último mês. O primeiro acidente foi com uma das linhas que atende a comunidade Sargento Boening que, segundo relatos dos usuários, perdeu o freio e colidiu com o acostamento da via. O segundo foi com um ônibus que atende uma das linhas do Valparaíso, que colidiu com dois veículos no trecho conhecido como curva da Batata. Procurada, a empresa não respondeu aos questionamentos.

Na última semana, dia 09 de maio, completou um ano que ocorreu o incêndio que atingiu a garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha. 74 coletivos foram destruídos. Além do caso ainda não tem sido solucionado pela Polícia Civil, a frota perdida ainda não foi totalmente reposta. Frota que já havia sido reduzida durante a pandemia de covid-19, e prejudicada pelas duas tragédias sociambientais de 2022. O Ministério Público, recentemente, voltou a provocar a Justiça para obrigar o retorno integral das linhas.