Por: Yasmim Grijó

Petrópolis é a sexta no estado do RJ em crimes ambientais

Soltura de balões e fogueiras são crimes e aumentam as chances de incêndios | Foto: Divulgação/ Defesa Civil

Por Yasmim Grijó

Petrópolis enfrenta uma batalha silenciosa contra os crimes ambientais que ameaçam sua ecologia. Do desmatando ilegal à poluição de rios, uma série de atividades têm sido registradas. No município, foram 140 denúncias de crimes ambientais feitas ao Linha Verde nos quatro primeiros meses de 2024. O desmatamento florestal, a extração irregular de árvores e maus-tratos contra animais são os que apresentam o maior número de denúncias, sendo 97 registros desde o início do ano.

Em 2023, Itaipava foi o bairro com mais denúncias de crimes ambientais com 52 registros. Na sequência aparecem Posse (33); Araras (37); e Corrêas (30). De acordo com os números, até o momento, Petrópolis lidera a sexta posição em denúncias em todo o estado. Os crimes ambientais mais frequentes englobam diversas áreas, incluindo a flora nativa, a fauna silvestre, os recursos hídricos e o ordenamento urbano, conforme a lei federal 9.605/198, conhecida como a Lei de Crimes Ambientais.

"Esses crimes frequentemente envolvem desmatamento e incêndios florestais; no caso da fauna, estão associados a maus-tratos a animais domésticos, bem como caça e tráfico de animais silvestres; quanto aos recursos hídricos, incluem extrações irregulares e despejo de efluentes não tratados em corpos d'água; e, por último, os delitos relacionados ao ordenamento urbano e ao patrimônio público, que englobam ações que visam danificar bens protegidos por lei, como pichações em prédios públicos ou tombados e destruição de jardins e praças", explica a gestora ambiental, Hannah Amaral.

Petrópólis ganha destaque em crimes relacionados à flora, como o corte ilegal de árvores, muitas vezes associado a construções irregulares. Devido à sua significativa extensão territorial inserida em uma Unidade de Conservação - APA Petrópolis, o município está sujeito não apenas ao que é estipulado pela Lei 9605/1998, mas também às disposições da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema de Unidades de Conservação.

Medidas preventivas

Segundo a especialista, é crucial promover a educação e a conscientização sobre a importância da preservação ambiental e os impactos negativos contra o meio ambiente, que podem ser configurados como crimes. "Isso tudo pode ser alcançado por meio de campanhas educativas dentro de instituições, criação e implementação de programas ambientais escolares e iniciativas comunitárias que visam informar e sensibilizar a população, no intuito de divulgar informações ambientais para que nossas ações diárias se deem de forma sustentável", destaca.

Hannah ressalta que é necessário aplicar penalidades aos infratores. "Isso requer sistemas de vigilância bem estruturados, com a contratação de agentes com conhecimento técnico para as atividades a serem executadas, adesão às novas tecnologias, bem como a participação ativa da comunidade na denúncia de práticas suspeitas. Além disso, a colaboração entre governos, organizações não governamentais, empresas e comunidades locais é fundamental para fortalecer os esforços de prevenção de crimes ambientais", enfatiza.