Por: Leandra Lima

Plano de Redução de Riscos ainda não foi apresentado

Rua 24 de Maio, comunidade afetada pela tragédia de 2022 | Foto: Lucas Menezes/Governo do Estado

Por Leandra Lima

Passado o verão, período em que ocorre o maior volume de chuvas na Região Serrana, sendo consequentemente uma temporada que se tem maiores registros de desastres socioambientais, a Defesa Civil de Petrópolis, ainda não apresentou o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O projeto era para ter sido entregue em fevereiro deste ano, porém, até o momento não foi divulgado. O plano mapeia as áreas de riscos da cidade, e também serve como base para a implementação de políticas públicas de prevenção de desastres, como, por exemplo, projeto de instalação de sirenes, regulamentação fundiária, e planos de contingência.

Em 2023, a Defesa Civil deu ordem de início na elaboração do plano em agosto, a partir daí a empresa LC Dias de Oliveira Construção e Arquitetura Eirele, contratada pela Prefeitura, por R$ 327.123,38, tinha 180 dias para entregar o projeto. A última atualização do Plano foi feita em 2017, pelos mesmos responsáveis atuais.

A versão desatualizada do plano, registrou antes da tragédia socioambiental de 2022, 234 áreas de perigo alto e muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações, isso representa 18% da área total do município, já as áreas de risco alto e muito alto, são aproximadamente 10% da área total urbanizada de todos os distritos, ou seja, do 1° ao 5°.

A não preparação da cidade para enfrentar as fortes chuvas, foi um dos pontos levantados, pela representante do Instituto Todos Juntos Ninguém Sozinho (TJNS), Pamela Mércia, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que discutiu Política Climática dentro do Estado do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (12).

"Petrópolis tem um histórico grande com chuvas. Com isso nós do Instituto fizemos um levantamento de dados, sem atualizações do ano de 2024, de quantas vidas foram perdidas durante desastres que atingiram a cidade. Desde 1965 a 2022 a nossa pesquisa mostrou que foram mais de 800 vidas perdidas ao longo de 7 décadas", disse.

Pamela ressalta que desde de 2022, a cidade vem tendo um crescimento de uma população adoecida. "Quando eu digo população adoecida, falo de pessoas que estão extremamente afetadas com ansiedade climática, e com isso os indivíduos se auto prejudicam, acabam entrando no mundo das drogas e álcool, por não encontrarem auxílio, em suas localidades. Por isso é importante se ter um plano de adaptação climática no município, que olhe para o psicológico dessas pessoas, principalmente por conta dos inúmeros casos de ocorrências de deslizamentos, desalojados, vítimas entre outros", explica. A representante do instituto destaca que é importante ter um plano de adaptação climática, que engloba o combate ao racismo ambiental na região.

Sobre o Plano de Redução de Riscos, a Prefeitura não respondeu ao questionamento da reportagem, até o fechamento desta edição. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.