Por: Leandra Lima

Especialista explica eficácia de vacinas contra doenças coletivas

Pais precisam levar as crianças para tomar vacina | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Com as recentes campanhas de vacinação contra a influenza, um debate reacende no meio social, muitos se perguntam sobre a eficácia das vacinas. Com isso, especialistas alertam sobre a sua importância. Segundo a pesquisadora Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância da UNIFASE/FMP, em parceria com a Fiocruz, a vacinação é fundamental para a saúde pública, os imunizantes oferecem proteção contra diversas doenças infecciosas graves que podem ser fatais e deixar sequelas em crianças e adultos.

A pesquisadora explica que, nessas fases iniciais, principalmente em menores de 5 anos, as vacinas são importantes porque as crianças são mais vulneráveis às doenças. "A vacinação ajuda a desenvolver imunidade, ensina o sistema imunológico a reconhecer e combater os vírus e algumas bactérias específicas. Então, por isso é importante que nesses primeiros anos de vida elas tenham contato com os imunizantes, porque é nesse momento que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e as crianças estão mais expostas a diversos patógenos dos ambientes. Por isso que elas devem ser vacinadas", disse.

Em Petrópolis, segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2023, elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde, entre 2021 e 2022 houve queda na cobertura vacinal do público infantil menores de 1 ano, em alguns tipos de vacina:BCG - 2021: 100,36% / 2022: 103,11%; Pentavalente - 2021: 94,95%/ 2022: 83,54%; Poliomielite- 2021: 93,14%/ 2022: 83,29%; Pneumo 10 - 2021: 98,58%/ 2022: 93,92%; Meningo C - 2021: 95,98%/ 2022: 89,31%.

Já nos maiores de 1 ano, foi equilibrado, antes uma vacina que estava abaixo se elevou e a outra caiu. No quadro mostram duas principais, que são: Triviral- 2021: 92,43% / 2022: 97,15%; Hepatite A - 2021: 94,59%/ 2022:84,45%.

Patrícia Boccolini ressalta que quanto maior a cobertura vacinal, melhor é para combater vírus e bactérias que possam provocar surtos no meio social. "Vírus e bactérias, para os quais você não tem um medicamento, por exemplo, o sarampo. O melhor tratamento é a prevenção através da vacina, e isso não só para sarampo, é para poliomielite, e diversas outras doenças. Por isso é importante que a gente tenha essa alta cobertura, para prevenir surtos. Como disse anteriormente, o sarampo, por exemplo, em 2019, o Brasil perdeu o selo de território livre do vírus, porque em 2018, tiveram surtos de sarampo no país, e isso ocorreu, porque estávamos vindo, em alguns anos, já, de baixas coberturas vacinais", explica.

Para a profissional, existem muitas dúvidas em relação às vacinas e isso é uma preocupação da saúde pública global. "No Brasil, essa questão está sendo muito levantada, a causa disso é a desinformação, medo em relação à vacina, enfim. E isso pode fazer com que ressurjam doenças já controladas, então é sempre bom, estar esclarecendo essas dúvidas com os médicos, agentes de saúde, além de procurar informações do Ministério da Saúde, e em fontes confiáveis", alerta.

A pesquisadora reforça que as vacinas oferecem proteção contra doenças infecciosas graves e fatais, além de prevenir sequelas. Também aborda a importância da imunidade coletiva, onde a vacinação em massa contribui para limitar a propagação de patógenos na comunidade. "Nesse cenário, os pais de crianças e adolescentes, têm que estar sempre procurando informações sobre a caderneta vacinal, focando na importância da vacinação, não só do ponto de vista individual, mas também do coletivo".

 

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