Por: Gabriel Rattes

Abrigo da Floriano entregue com dois anos de atraso

Prédio foi adquirido para abrigar vítimas da tragédia de 2022 em Petrópolis | Foto: Divulgação/PMP

A Prefeitura de Petrópolis entregou 18 apartamentos do prédio da Rua Floriano Peixoto nesta última semana. Nomeado como Centro de Acolhimento Gabriel Vila Real da Rocha, o imóvel foi adquirido pelo prefeito Rubens Bomtempo, em caráter de urgência, para abrigar as vítimas da tragédia de 2022, no entanto, só foi entregue em abril de 2024. Segundo a Prefeitura, até o momento, oito famílias estão abrigadas no local e todas estão recebendo cinco refeições diárias (café, almoço, lanche da tarde, janta e ceia). Ainda de acordo com a Gestão Municipal, os apartamentos contam com: micro-ondas, televisão, cama, chuveiro, cozinha, banheiro privativos e telas de proteção. Durante a entrega, também foi anunciada a nomeação da nova secretária de Assistência Social, Valesca Gonçalves.

Em 2022, o atual prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, comprou o prédio localizado na Rua Floriano Peixoto pelo valor de R$ 3,5 milhões. À época, Rubens afirmou, no anúncio da compra, que era de "extrema necessidade e urgência". No entanto, o abrigo só foi entregue agora. Sempre que questionada sobre a demora das obras, a Gestão Municipal se omitia ou vinha a público responder que as obras seriam concluídas "em breve".

O imóvel não pôde ser transferido para a Prefeitura no ano da compra, porque ainda dependia da resolução do inventário do espólio do então proprietário. Em fevereiro deste ano, as obras de reforma continuaram sendo realizadas, mesmo com a transferência não tendo sido concluída. As informações constam no processo administrativo de compra do imóvel, fornecida via Lei de Acesso à Informação ao Projeto Achados e Pedidos da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Transparência Brasil.

No dia 13 de março deste ano, foi anexado ao processo do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) os documentos do mandado de pagamento, dois dias depois, em 15 de março, a Prefeitura anunciou por meio do Diário Oficial (DO) a desapropriação do imóvel.

Procurada mais uma vez sobre a demora na entrega do prédio, não obtivemos resposta até o fechamento desta edição.

Tragédia de 2024

Em março de 2024, fortes chuvas voltaram a atingir o município. Segundo o 8º Núcleo Regional de Tutela Coletiva da Defensoria Pública em Petrópolis, foram registrados mais de 500 moradores desalojados em diferentes pontos do município. O prédio, localizado no Centro da cidade, não foi utilizado como abrigo. À época, também questionamos o motivo da não utilização do espaço, mas não obtivemos resposta.

 

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