Por Gabriel Rattes
Após manifestação e paralisação, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis e trabalhadores da Viação Cascatinha, o desembargador Edson Vasconcelos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu a decisão da 4ª Vara Cível, de forma que os ônibus da empresa Cascatinha poderão continuar circulando normalmente na cidade. No entanto, o assunto voltará a ser debatido no colegiado no dia cinco de março, no qual o TJ-RJ irá avaliar se manterá ou não a decisão do juiz Jorge Luiz Martins. Em reunião, a CPTrans já havia decidido quais empresas iriam assumir as linhas da empresa.
Cerca de 80 funcionários da viação Cascatinha paralisaram o trânsito no Terminal Rodoviário do Centro na tarde desta quinta-feira (22). O principal objetivo da manifestação foi acionar o poder público para buscar explicações sobre como serão conduzidos os processos trabalhistas. Já que na decisão do juiz Jorge Luiz Martins, a Cascatinha não pode demitir operadores diretos, motoristas, cobradores ou fiscais, caso contrário, será considerada infração contratual gravíssima. No entanto, o maior questionamento dos rodoviários é que a empresa poderá decretar falência após não possuir linhas em atividade.
Aos rodoviários presentes na manifestação, o diretor-presidente da CPTrans, Thiago Damaceno, afirmou que a Prefeitura também fica com dúvida sobre como será conduzida a questão dos rodoviários. "Nos entendemos que ao mesmo tempo que retira as linhas da viação Cascatinha, como ela terá receita? Mas isso a gente tem que enfrentar junto ao juiz. A Prefeitura está à disposição para lutar junto a vocês", afirmou Damaceno.
A todo momento, Thiago tentava empurrar a discussão sobre o assunto para outro dia. Em contrapartida, os rodoviários não aceitaram a proposta do diretor. "Enquanto não tiver um documento, garantindo o emprego e o direito trabalhista de todos, nós não vamos sair daqui", afirmou um dos rodoviários. "Se deixar para amanhã já era", gritou repetidamente um outro funcionário presente.
Henrique Laranja é ex-rodoviário e apresentou indignação pela falta de transparência. "Primeiro quero pedir desculpa a população por estar causando esse transtorno. Até agora os funcionários não estão sabendo de nada. O trabalhador não sabe se vai ter salário, emprego, direito trabalhista amanhã. Isso é uma covardia com o trabalhador", afirmou.
A equipe do Correio questionou o Thiago Damaceno, mas somente obteve a resposta: "Agora não posso. Fale com a nossa equipe de comunicação".
CPTrans já havia decidido novas linhas
Em uma reunião da Companhia de Trânsito e Transportes (CPTrans) na manhã de quinta-feira (22), a Prefeitura de Petrópolis já havia definido as empresas que iriam assumir todas as linhas da viação Cascatinha, a partir desta sexta-feira (23). No documento divulgado na tarde desta quinta-feira (22), a CPTrans havia criado 21 novas linhas, sendo que caberia à empresa Transportes Urbanos de Petrópolis (TURP) a operação de 11 delas, Cidade das Hortênsias de nove e Cidade Real de apenas uma.
Entenda o caso
O juiz Jorge Luiz Martins determinou nesta semana que a Companhia de Trânsito e Transportes de Petrópolis (CPTrans) substitua, entre terça-feira (20) e sexta-feira (23), todos os ônibus que atendem as linhas da viação Cascatinha. A substituição deveria ser realizada com alguma das outras empresas que prestam o serviço de transporte público no município. No documento da decisão ainda ficou enfatizado que caso a Cascatinha realize a demissão de operadores diretos, motoristas, cobradores e fiscais será considerada infração contratual gravíssima.
