Por: Gabriel Rattes

Viação Cascatinha recorre ao TJ para anular decisão

Juiz determinou a substituição das linhas após inúmeros problemas na serviço | Foto: Arquivo TVC

A viação Cascatinha ingressou, na tarde desta terça-feira (20), com um recurso no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), para anular a decisão do juiz Jorge Luiz Martins. A decisão da 4ª Vara Cível de Petrópolis determina que a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) faça a transferência de todos os ônibus que atendem as linhas da empresa a partir desta terça-feira (20) até sábado (23). Em nota, a Cascatinha afirmou que cumpriu, em seu devido prazo, com todas as correções e ajustes apontados pela CPTrans, durante fiscalização da frota.

Na nova determinação, da última sexta-feira (16), o juiz Jorge Martins não poupou críticas à empresa e à fiscalização da CPTrans. Relembrando os antigos e contínuos problemas no transporte público em Petrópolis é consequência de uma "doença administrativa crônica". "Comparando com patologia capaz de devastar a saúde e a alma humana, a atuação dos principais gestores do poder executivo e da própria empresa municipal, é doença administrativa crônica, cruenta, desumana, persiste há mais de década e é retroalimentada de forma perene", criticou o juiz.

A Cascatinha afirmou que, mesmo após os impactos financeiros da pandemia, dois desastres naturais na garagem e um incêndio criminoso que destruiu dezenas de ônibus novos e seminovos, segue com a operação normalizada em Petrópolis e mantém o planejamento de reestruturação, recuperação e renovação da frota.

Prefeitura se omite

Em entrevista ao Correio, o vereador Hingo Hammes, que é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Câmara Municipal, concordou com o juiz e criticou a omissão da CPTrans. "Eu achei a decisão da Justiça muito acertada. Só me chama atenção a omissão do Município nesse sentido. Porque o Município empurrou toda a responsabilidade para o judiciário. Na minha visão, a Prefeitura deveria estar conduzindo esse processo, mesmo que alinhado com o judiciário, mas o Município sendo protagonista nesse processo", disse Hammes.

Até o momento não se sabe qual será a empresa que irá assumir o serviço, até o fechamento desta edição o Governo Municipal não respondeu a nenhum dos questionamentos da reportagem. "A gente imaginava que fosse ser uma intervenção parcial, mas é uma decisão que consta todas as linhas da Cascatinha. Estamos na expectativa de como a CPTrans vai suprir todas essas linhas. Nossa preocupação é de como será feito esse serviço. Todos os horários devem estar sendo cumpridos para termos o serviço contemplado para população", completou Hingo.

O vereador ainda demonstrou preocupação com os atuais funcionários da empresa. "A gente precisa conduzir da melhor maneira possível para que o rodoviário não pague esse preço e também o cidadão que está esperando esse ônibus", disse.

Na decisão desta segunda-feira (19), ficou determinado que caso a Cascatinha realize a demissão de operadores diretos, motoristas, cobradores e fiscais, será considerada infração contratual gravíssima.

 

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