Por: Leandra Lima*

Mochilas pesadas podem afetar coluna de crianças e jovens

Bolsa não pode ultrapassar 10% do peso da criança | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a volta às aulas uma preocupação antiga ressurge, o peso da mochila das crianças e jovens. Com a rotina escolar os alunos acabam carregando muitos livros e cadernos e essa ação pode acarretar em riscos para a saúde da coluna a longo prazo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o excesso de peso nas bolsas escolares e o esforço repetitivo na infância e adolescência ocasionam 70% dos problemas de coluna na fase adulta.

A recomendação da OMS é que a mochila não passe de 10% do peso das crianças, o indicado é que ela tenha as costas almofadadas e possibilidade de ajustes, para que possa ficar mais próximo da coluna. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, o excesso de peso muda a postura, a criança tende a caminhar um pouco curvada e os músculos do peito se encurtam, o das costas ficam mais fracos, com isso pode haver um desvio no alinhamento prejudicando a qualidade da saúde no futuro.

Fátima Costa, de 21 anos, conta que sofreu escoliose, e que o diagnóstico veio enquanto estava no 9° ano do ensino fundamental. Na época, a jovem conta que carregava a média de cinco livros e cadernos, além de outros materiais necessários para as aulas do dia. "Minha mochila vivia pesada, eu não aguentava subir a vila onde moro com as alças largas, tinha que apertar bem perto da coluna, segurá-las com as mãos e abaixar a coluna enquanto subia, fazendo isso o peso parecia que ficava menor e eu seguia. Logo no início do ensino fundamental eu carregava peso, e isso foi se acumulando até aparecer dores na minha lombar e ombro esquerdo, minha mãe não acreditava muito, até o dia que eu senti tanta dor que não aguentei mover meu ombro direito e a partir daí fomos investigar a causa e veio o diagnóstico", disse.

Especialistas alertam que a postura inadequada durante o uso prolongado do celular e de outros dispositivos móveis pode comprometer ainda mais a saúde da coluna vertebral nessa idade. O fisioterapeuta e professor de Fisioterapia da Estácio, Eduardo Pimentel, ressalta que essa faixa etária está propensa a problemas posturais, e o uso repetitivo de mochilas excessivamente pesadas pode resultar em dores, principalmente nos ombros, pescoço e região lombar. "As consequências imediatas incluem dores no corpo, enquanto a médio prazo observa-se alterações na marcha e postura", afirma. Já a longo prazo, o fisioterapeuta destaca o risco de lesões degenerativas na coluna que podem afetar o crescimento da criança.

Medidas preventivas

Eduardo Pimentel sugere algumas medidas práticas que podem ser adotadas por pais e educadores: optar por mochilas de rodinhas para aliviar o peso nas costas; usar a mochila à altura do dorso, na parte média das costas; distribuir adequadamente o peso, colocando o conteúdo mais pesado junto às costas; usar ambas as alças da mochila para distribuir o peso de maneira equilibrada.

*Com informações da Agência Brasil

 

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