O juiz da 4ª Vara Cível de Petrópolis, Jorge Martins, determinou que a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) apresente um novo relatório de vistoria dos coletivos das empresas Petro Ita e Cascatinha. A determinação deveria ser cumprida até esta última terça-feira (16). A CPTrans disse que já executou a ordem judicial, mas não informou os resultados. No entanto, a problemática dos ônibus no município não se limita apenas a essas duas empresas, nesta quarta-feira (17), ônibus da Cidade das Hortênsias e Cidade Real causaram transtornos.
Na decisão, o Juiz justifica a determinação. "(...) a retomada da vida comum com o crescimento físico da bilhetagem e, relevantíssimo, a aproximação do retorno às aulas, estão a exigir a imposição de medidas de significativo viés protetivo aos usuários e àqueles que estão no entorno dos itinerários, neste caso, residências, e também serviços essenciais, entre eles, a rede de transmissão de energia (...)", afirmou o juiz Jorge Martins.
Coletivos aprovados com prazo de uso excedido
Anteriormente, após uma audiência no ano passado, o juiz já havia determinado a vistoria em 60% da frota das empresas, que foi realizada em dezembro. O foco seriam todos os veículos reprovados em agosto e que continuavam em operação no município. A determinação foi feita após o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontar 54 veículos das empresas, reprovados em vistoria pela CPTrans, em circulação.
O Correio Petropolitano teve acesso, via Lei de Acesso à Informação, à planilha com os resultados da vistoria de dezembro. À época, a CPTrans aprovou 49 dos 65 ônibus fiscalizados, sem nenhuma restrição. Desses aprovados, 23 estavam com o prazo de uso vencido, até mesmo com 13 anos de uso. Segundo Resolução da própria CPTrans, o prazo de uso previsto é de no máximo 11 anos.
Problemática dos ônibus não se limita às duas empresas
Os problemas com ônibus não se limitam à Petro Ita e à Cascatinha. Na manhã desta quarta-feira (17), um ônibus da viação Cidade das Hortênsias pegou fogo no Centro de Petrópolis. O coletivo foi fabricado em 2010, ou seja, também está com o prazo de uso excedente.
Por nota, a Cidade das Hortênsias informou que ninguém ficou ferido e, assim que foi identificado o princípio de incêndio, todas as medidas de segurança foram adotadas, a começar pelo desembarque dos passageiros e profissionais e acionamento do Corpo de Bombeiros.
"O fogo, que começou na parte da frente do veículo que operava a linha 306/323 - Bairro Esperança (via Ponte de Ferro), rapidamente se alastrou, não sendo possível controlar, mesmo com a utilização de extintores extras. A empresa está adotando uma investigação rigorosa e minuciosa, para descobrir o que pode ter acontecido. A Cidade das Hortênsias, inclusive, investe massivamente em altos padrões de manutenção dos ônibus", afirmou a viação. "Por fim, a empresa destaca que todo e qualquer dano material será que devidamente tratado", completou
Quanto à irregularidade do prazo excedente, nem a Cidade das Hortênsias, nem a CPTrans, responderam até o fechamento desta edição.
Também na tarde desta quarta-feira (17), um ônibus da Cidade Real (linha 160), colidiu em um objeto fixo na estrada BR-040. Segundo a Concer, não houve vítimas. A CPTrans não se manifestou até o momento.
A Cidade Real informou que está apurando o ocorrido, mas entende, de forma técnica, que o incidente pode ter sido provocado pelo início da chuva na região em contato com o asfalto novo do trecho, que gera perda de aderência dos pneus em suas primeiras utilizações. "A empresa destaca que todos os itens de segurança do ônibus estão regulares. Porém, de forma preventiva, a operadora direcionou o coletivo à garagem, realizando a substituição imediata do veículo. Inclusive, a Polícia Rodoviária Federal esteve no local, verificando todos os itens do ônibus, liberando o coletivo em seguida", disse.