Por: Yasmim Grijó

'Colapso' do cemitério é resultado da falta de obras e melhorias

Deslizamento levou abaixo centenas de gavetas e jazidos | Foto: Yasmim Grijó

O temporal que atingiu Petrópolis neste fim de semana, provocou, no sábado (23), um deslizamento de terra no Cemitério Municipal do Centro, levando abaixo centenas de gavetas, jazigos e sepulturas. Nossa equipe do Correio Petropolitano foi até o local e registrou caixões pendurados e sacolas pretas com ossos em meio à lama.

O cemitério do Centro é o maior dos sete em Petrópolis, com cerca de 8 mil sepulturas e 2,5 mil gavetas. O local, em 2022, também foi afetado por deslizamento por conta da chuva e desde então não recebeu intervenções significativas da Prefeitura e a situação piorou.

Em outubro do ano passado, vereadores de Petrópolis encaminharam denúncias ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), sobre o estado de conservação do cemitério. Campas abertas, ossadas expostas, gavetas quebradas e furtos, foram alguns dos problemas encontrados. Mas a situação do cemitério é ainda pior, desde outubro de 2021, o local aguarda por uma nova licitação.

Durante a gestão interina de Hingo Hammes, foi iniciado o processo para a abertura de um edital para a contratação de uma empresa que seria responsável pela manutenção dos sete cemitérios da cidade, incluindo o do Centro. Estava previsto um investimento superior a R$ 2 milhões no início da concessão e contemplava a construção de um crematório vertical. Além de R$ 15 milhões ao longo do contrato.

A empresa contratada seria responsável por serviços de gestão, manutenção, exploração, revitalização e expansão do espaço, o que reduziria os gastos públicos empregados atualmente. No entanto, após Rubens Bomtempo assumir a cadeira do Executivo, o processo foi paralisado. Também em outubro de 2022, a Câmara de Petrópolis solicitou à prefeitura, celeridade no processo licitatório.

Após a chuva registrada do fim de semana, questionamos o Executivo sobre as ações emergenciais que vão ser adotadas no local para restabelecer a infraestrutura e se há previsão para realizar a licitação. Mas até o momento, não obtivemos retorno.

Petrópolis foi o município com o maior número de vítimas das chuvas que afetaram parte do Sudeste desde sexta-feira (22). Foram quatro óbitos - todas as vítimas eram da mesma família. Uma criança de quatro anos foi salva após ficar mais de 16 horas sob os escombros - os mortos eram os pais, a avó e o irmão dela.

 

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