Por Yasmim Grijó
A cidade Petrópolis é conhecida por seu rico patrimônio histórico e cultural, destacando-se pelos palácios, museus e construções arquitetônicas. Neste aniversário da cidade, em seus 181 anos, contaremos um pouco sobre o planejamento urbanístico da cidade, em parceria com a professora de história e geografia, Camila Rocha e fontes disponibilizadas no IHP - Instituto Histórico de Petrópolis.
Elaborada pelo major Júlio Frederico Koeler, a Planta Petrópolis foi publicada em 1846 e foi o primeiro documento de mapeamento, zoneamento e ocupação espacial da cidade. Na época, D. Pedro Il contratou o major com o objetivo da realização do projeto do Palácio Imperial. Koeler já havia feito algumas obras no Rio de Janeiro como prédios e pontes.
Ao desembarcar na Fazenda do Córrego Seco, o major começou a mapear a região a partir dos rios e propôs ao Imperador uma obra territorialmente maior, pois percebeu que havia um grande potencial agrícola para o local se tornar uma colônia. Por volta de 1837, Koeler começou o planejamento urbanístico do que viria ser então Petrópolis.
O mapeamento do Palácio acompanhou a elaboração de uma planta urbanística que foi publicada em 1846. Desde então, o planejamento de Koeler recebeu a aprovação do Imperador D. Pedro II e na chegada dos primeiros imigrantes em 1843, o plano territorial já estava efetivado. Em 1847, o major sofreu um acidente e morreu em sua chácara no Valparaíso. Otto Reymarus foi escolhido pelo próprio Imperador para dar continuidade ao planejamento.
O início do século XX foi marcado por políticas públicas voltadas para a incrementação de modernizações urbanas. Como a instalação de bondes elétricos, assim como energia elétrica, iluminação pública e saneamento básico.
Mudanças com o tempo
O planejamento de Petrópolis é evidente ainda hoje, mas com o tempo, muitos aspectos mudaram. Segundo a Arquiteta, Mestre em História Crítica da Arte, Maria Cristina Melo, no decorrer dos anos, a cidade recebeu um grande contingente de imigrantes inicialmente alemães, açorianos e posteriormente italianos, para o trabalho nas fábricas de tecidos.
"O progresso da infraestrutura viária foi necessário e marcante, com a construção de pontes, rodovias e a estrada ferro para dar asas ao desenvolvimento local. A um quadro nostálgico e até bucólico como este, somam-se 181 anos para uma realidade urbana bem complexa a ser administrada e planejada", explica.
Maria Cristina relembra que o IPG - Instituto Philippe Guedon, em 2020, entregou aos candidatos à Prefeito do Município, o PEP20 - Planejamento Estratégico para Petrópolis (visão 20 anos) - "Construindo a Petrópolis que queremos".
"Este documento foi o resultado de inúmeros encontros com formadores de opinião de diversas áreas, segmentos atuantes e simples cidadãos interessados no bem comum da cidade. Os grupos de trabalho de Urbanismo e Meio Ambiente foram muito atuantes e listaram os pontos fortes e fracos, ameaças, oportunidades e chegaram a ensaiar algumas propostas", diz.
A especialista explica que este trabalho conjunto da sociedade civil deveria por parte do poder público ser visto e revisto com atenção, já que as próximas eleições se aproximam.
"Acho importante que este planejamento tenha uma valorização maior do poder público. Seja para contrapor, seja para concordar, seja para se mostrar sensível às colocações dos petropolitanos que tanto amam nossa cidade", finaliza Maria Cristina.