Por: Luana Motta

Apoio a Bomtempo causa ruptura no PSD municipal

Júnior Coruja e Hugo Leal no anuncio do novo presidente do diretório do PSD | Foto: Divulgação/Ascom Júnior Coruja

A mudança na presidência do diretório municipal do Partido Social Democrático (PSD) em Petrópolis às vésperas do Dia Internacional da Mulher, agitou os bastidores políticos da cidade. Na quarta-feira (6), o presidente da Câmara de Petrópolis, vereador Júnior Coruja, em Brasília, anunciou pelas redes sociais que está assumindo o diretório municipal, a convite do deputado federal e vice-presidente regional do partido, Hugo Leal. A notícia pegou a então presidente, a advogada Rosangela Stumpf, de surpresa, que classificou a troca como perseguição e desrespeito à participação feminina na política.

Desde a última semana, vinha sendo levantada a possibilidade do PSD fazer uma coligação com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) para apoiar a reeleição do atual prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo. Rosangela e membros da Executiva municipal do partido demonstraram serem contra o apoio. As divergências não foram bem aceitas e nem discutidas, segundo Rosangela.

O vice-presidente regional, Hugo Leal, disse ao Correio que a escolha de Coruja foi estratégia para o atual momento eleitoral. Disse que "neste período de eleições municipais, as decisões locais sempre devem obedecer uma dinâmica dos acordos nacionais e regionais. Portanto, estas decisões são necessárias para que se ajustem os objetivos que foram estabelecidos pelos entendimentos da Direção Estadual". E disse que a candidatura própria será adiada por causa desses acordos políticos, sinalizou que o partido vai apoiar um pré-candidato já anunciado, o que deve confirmar o nome de Bomtempo, nos próximos dias.

Atritos

A escolha estratégica da Direção Estadual do PSD, que hoje está com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, reacendeu o atrito que há entre os membros do partido. Desde o ano passado, o vereador Júnior Coruja vem sendo acusado de perseguição política e violência de gênero, que culminou em uma denúncia à direção estadual do partido.

Rosangela classificou essa troca de direção, sem aviso, neste momento, como mais um ataque à violência de gênero dentro da política municipal. Ao Correio, ela disse que faltou respeito, principalmente pela construção do partido ao qual participou nos últimos anos. A advogada é presidente do PSD desde 2017. "Poderia ter tido diálogo, e não ter tratado o partido como um partido de aluguel", enfatizou. Rosangela ainda lembrou que, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a sua retirada do partido é prejuízo para a representatividade das mulheres na política municipal. "No dia internacional das mulheres, o TSE faz campanha para ter mais mulheres na política e quando a gente bate no front, é isso".

Ao Correio, o deputado Hugo Leal disse que "a presidente Rosângela tem todo direito de manifestar sua discordância sobre a mudança na direção municipal, pois sempre foi uma militante aguerrida e construiu o sucesso do PSD até o momento." E que "o convite ao vereador Coruja que se elegeu pelo PSD, foi feito pela Direção Estadual do PSD e referendado pelo deputado".

Já o vereador Júnior Coruja, disse em nota que "sobre a questão envolvendo a ex-presidente municipal do partido, esclarecemos que é um assunto que deve ser tratado pela executiva do partido e pelos aliados políticos dela. O novo presidente do partido, Júnior Coruja, focará em conduzir as atividades do partido conforme as diretrizes estabelecidas pela liderança estadual".

Sobre o lançamento de um candidato próprio à Prefeitura, "poderá haver uma candidatura do PSD ou uma aliança com algum dos candidatos já existentes, inclusive com a possibilidade de indicar um vice-prefeito. Estamos comprometidos em trabalhar em prol dos interesses do partido e da comunidade petropolitana, sempre buscando as melhores soluções para o desenvolvimento e o bem-estar de todos".

 

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