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A ventania e o caos em São Paulo. A culpa é da árvore?
Há um ano, no artigo sobre esse tema, destaquei a necessidade de que os três níveis de governo, juntos com as concessionárias de energia, telefonia e internet, devam se somar em investimentos que tirem todas as fiações aéreas e as aterrem debaixo das ruas e calçadas, como em diversas cidades do mundo.
Dois temas já abordados aqui nesse espaço foram assuntos destacados da semana nos noticiários.
O avanço das forças armadas dos Estados Unidos sobre a Venezuela foi tratado aqui no último artigo. Afirmei que Donald Trump deseja, na verdade, é tomar o país e explorar a maior reserva de petróleo do mundo. A semana que passou deu sinais de que a invasão é iminente.
O outro tema abordado aqui, exatamente há um ano, foi sobre a dificuldade do ir e vir nas calçadas das grandes e médias cidades do Brasil. São Paulo se tornou um caos para a sua população nessa semana, e ainda não acabou! Os ventos fortes e as chuvas derrubaram diversas árvores, galhos e postes nas ruas da cidade.
A energia em grande parte da cidade de São Paulo foi cortada. Basicamente pelo fato da fiação ser aérea. A queda de uma árvore, de um poste ou de galhos pesados derrubam a transmissão de energia, geram risco de incêndio e causam pânico na população.
Há um ano, no artigo sobre esse tema, destaquei a necessidade de que os três níveis de governo, juntos com as concessionárias de energia, telefonia e internet, devam se somar em investimentos que tirem todas as fiações aéreas e as aterrem debaixo das ruas e calçadas, como em diversas cidades do mundo. A tubulação subterrânea é o caminho civilizatório. Ela é de 8 a 10 vezes o custo da fiação aérea. Entretanto, é solução definitiva. Quanto tem custado para o poder público e para as concessionárias a recuperação e a manutenção do sistema de fiação aérea? O prejuízo que os moradores da cidade de São Paulo sofreram, na semana passada, foi gigantesco. Nas suas casas, nos negócios, no ir e vir da metrópole. Um verdadeiro caos! Calculam em bilhões o prejuízo à vida econômica de São Paulo.
Há diversas modelagens e experiências de parcerias público-
privadas que os governos, nos três níveis, junto com as concessionárias e o apoio dos bancos de financiamento, podem construir a arquitetura econômico-financeira e sairmos desse vergonhoso arranjo urbano de uma floresta de fios e postes que geram problemas sérios à coletividade. E o mais irônico: a culpa é da árvore! Pobre árvore que está ali para nos dar sombra e realizar a fotossíntese.
*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho