Venezuela e o Petróleo

A Venezuela vive sob o comando de Hugo Chaves e Maduro há mais de duas décadas. Essas pessoas dizimaram o país. Milhões de venezuelanos fugiram do país para a Colômbia, Brasil, Equador e outros países vizinhos. O maior êxodo dessa década.

Entretanto, a ditadura de Maduro não permite ao presidente Donald Trump aniquilar barcos que o governo norte-americano afirma ser de narcotraficantes. Sem abordar os barcos e prender as pessoas ditas traficantes, a ordem é matar. Será que o desejo real seja investigar a dita rota das drogas da Venezuela para os Estados Unidos? Para se investigar, de fato, teria que prender essas pessoas, ter depoimentos e informações que possam ser valiosas para o objetivo de impedir o tráfico da Venezuela para os Estados Unidos.

O que me parece é que Trump e seu governo desejam depor Maduro e passar a controlar o país que detém a maior reserva de petróleo do planeta. Maior que a da Arábia Saudita. Se fosse para destituir ditaduras, Trump tem um farto cardápio de países que, infelizmente, impõem regimes autoritários como o de Maduro, que sufocam suas sociedades e onde não há democracia.

A presença do maior porta-aviões do mundo, o Gerald Ford, na porta da Venezuela, junto com uma enorme estrutura militar na região, é ameaça em perspectiva de se tornar uma invasão ao país pelas forças armadas dos Estados Unidos.

Interessante que a guerra sanguinária de Vladimir Putin contra a Ucrânia não merece a mesma valentia do "John Wayne" republicano. E olha que a Rússia é o maior produtor de petróleo do mundo. E a expansão imperialista de Putin tem encontrado um Trump frouxo. Que boicota a União Europeia, que reduz o apoio à OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Trump e Putin provavelmente fizeram um pacto: Putin não socorre a Venezuela e Trump faz corpo mole na guerra da Ucrânia.

Trump quer o óleo venezuelano e distribuí-lo às empresas de petróleo dos Estados Unidos. Ele não está preocupado com o povo venezuelano há anos massacrado pela ditadura bolivariana.

Isso é muito grave. Se houver uma invasão por parte das forças armadas norte-americanas, será algo muito grave. Um precedente incompatível com a autodeterminação das nações.

Rezo para que o povo venezuelano se livre de Maduro e o seu regime decadente. Mas não rezo para que caia nas mãos de um político perigoso e reacionário, que faz uso da potência militar de seu país, para cometer atrocidades.

*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho