Segurança Pública

Após a operação de terça-feira, 28 de outubro, a questão posta pela mídia e pela opinião pública, é o "dia seguinte". O que fazer?

Por Sérgio Cabral*

Governo investiu mais de 4 bilhões de reais na segurança pública e na valorização policial

Após a operação de terça-feira, 28 de outubro, a questão posta pela mídia e pela opinião pública, é o "dia seguinte". O que fazer? Ora, só há um caminho: a retomada dos territórios abandonados pelos governos que me sucederam! Não sei se sob o comando do atual governante, que está a 4 meses de deixar o cargo para disputar o senado federal.

Em abril de 2014, deixei o governo com milhões de habitantes da cidade do Rio de Janeiro protegidos por policiamento 24h nas comunidades. Digo, sem medo de errar, milhões de pessoas. Porque a pacificação das comunidades, além de dar tranquilidade aos seus moradores, reverberava nos bairros vizinhos às comunidades.

Pergunte a um morador de Copacabana, da Tijuca, da Penha, do Rio Comprido, de Realengo, de Botafogo, ou de qualquer bairro impactado pela pacificação de comunidades vizinhas, se a vida dele não melhorou, se o ir e vir da sua família não era bem mais tranquilo, se o seu imóvel se valorizou, e por aí vai.

Pergunte aos moradores dos Complexos do Alemão e da Penha o que mudou nas suas vidas, após a retomada dos territórios pelas forças de segurança! Pergunte sobre os investimentos em infraestrutura, em políticas sociais, em educação, esporte, lazer, mobilidade, cidadania.

Quando recuperamos os dois Complexos, afirmei que ali era o quartel central da organização criminosa Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. O abandono dessas comunidades, nos últimos onze anos, fez com que essa região se tornasse não o quartel central do Rio, mas do Brasil!

Não acredite que é possível a retomada de qualquer território dominado pelo poder paralelo sem policiamento permanente. Quem diz isso não conhece a realidade do Rio ou é um farsante.

A quantidade de fuzis nesses últimos onze anos se multiplicou por toda a região metropolitana e o interior. Por falar nisso, ouço bobagens sobre cidades do interior terem recebido marginais fugidos das UPPs. Mentira! Cidades do interior viram nesses últimos onze anos o debacle não só da segurança pública, como de diversos serviços do estado.

O que falta é gestão! A segurança não é dissociada de outras politicas públicas. Nosso governo impactou a segurança pública positivamente, mas também a saúde com a construção de 7 novos hospitais, 55 UPAs 24h; passamos de lanterna para o top 5 do IDEB no ensino médio do país; nossa gestão administrativo-financeira recebeu o grau de investimento das principais agências de risco internacionais.

Vale lembrar que, na segurança pública, construímos o CICC- Centro Integrado de Comando e Controle - e a Cidade da Polícia. O IML era uma casa dos horrores no centro antigo do Rio. Construímos o atual. Fizemos inúmeros concursos públicos para a polícia militar, polícia civil, polícia penal e bombeiros-militares. Demos dignidade salarial aos nossos servidores públicos. Basicamente, a atual estrutura da segurança pública do estado é legado dos meus dois governos. De lá pra cá muito pouco foi feito.

Nossos policiais que encararam os marginais, na operação de terça passada, são verdadeiros heróis. Enfrentaram onze anos de abandono do poder público nos Complexos do Alemão e da Penha e o consequente fortalecimento dos criminosos.

*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho