Joe Biden não foi bem no primeiro debate contra Donald Trump, promovido e transmitido pela CNN.Estava fisicamente debilitado. Respirava com dificuldades. Tinha o olhar perdido durante as falas levianas e provocativas de Trump.
Além de estar com o corpo debilitado, Biden não tem mais a velocidade de cognição necessária para o enfrentamento à Trump. Sem condições físicas adequadas e com raciocínio lento, tendo do outro lado alguém que não tem limite…
Kamala Harris é fruto do amor de Shyamala Gopalan Harris, uma indiana da etnia tâmil, e de Donald Harris, um jamaicano afrodescendente. O casal se conheceu na Universidade de Berkeley, um dos maiores centros acadêmicos e científicos dos Estados Unidos. Shymala era pesquisadora de câncer de mama que emigrou da Índia em 1960 e o pai de Kamala foi um professor de economia na Universidade de Stanford, jamaicano que em 1961 foi estudar pós-graduação em economia na Universidade de Berkeley. Kamala nasceu em 1964.
A Vice Presidente dos Estados Unidos já fez História ao se tornar a primeira mulher a alcançar um posto tão elevado da sociedade mais rica do planeta. Mas é hora de avançar mais! E na política não se deve perder a oportunidade. Sob pena dos Democratas levarem uma surra nas urnas. Não há empatia com a fragilidade de Biden que faça reverter esse quadro. Há empatia com o ser humano e grande político com serviços prestados ao país e ao mundo. Que impediu a reeleição de Trump e deu um respiro à humanidade depois de quatro anos alucinantes. Implementou boas políticas internas mas na liderança internacional foi claudicante. Sobretudo pelo esforço brutal de agenda que é necessário ao chefe da nação líder do campo democrático no planeta.
Em 2010, Kamala foi a primeira mulher Procuradora-Geral da Califórnia, o estado mais rico do país, com 4,4 milhões de votos. Nos EUA o representante do Ministério Público é eleito. Para acusar alguém o representante do Parquet deve, além de conhecimento jurídico, ter o respaldo da sociedade.
Kamala foi eleita Senadora pelo estado da Califórnia com mais de 7,5 milhões de votos, em 2016. Fez o juramento diante do então Vice-Presidente do Senado dos EUA, Joe Biden. Disputou as prévias dos Democratas para as eleições presidenciais de 2020. Após a vitória interna de Biden foi convidada a ser a parceira da chapa que abateu Trump em novembro daquele ano.
Pois bem, os Democratas não podem perder tempo! Cada dia conta muito. A eleição será em novembro. Nos Estados Unidos a arrecadação de fundos para a campanha é termômetro de êxito. Quando Barack Obama passou Hillary Clinton na capacidade de levantar dinheiro para sua campanha, Hillary entregou os pontos. Os grandes contribuintes e as arrecadações de menor porte diminuíram sensivelmente após o debate na CNN. Já há um incômodo entre as lideranças democratas às vésperas da Convenção Nacional que lançará Biden à reeleição.
Biden precisa demonstrar generosidade consigo, com sua família, com o país e com o mundo. Será de enorme coragem e grandeza sua renúncia à reeleição.
Mas se é para ganhar mesmo a eleição de Trump, há que se ter mais ousadia. Ao invés dos políticos do partido Democrata ficarem pelos bastidores articulando nomes alternativos, a chave da vitória é tão óbvia!
Biden renuncia ao cargo de Presidente dos Estados Unidos e Kamala assume. Disputa a reeleição no cargo. Passa a dar vigor e potência às conquistas dos últimos 4 anos de governo Biden/Kamala. E são muitas conquistas sociais, ambientais e econômicas.
Há um mantra preconceituoso que vem sendo disseminado sobre uma possível impopularidade de Kamala. Isso porque Kamala é mulher negra e foi sempre uma defensora dos direitos civis e combateu com firmeza os abusos do aparato de segurança na Califórnia. Mulher firme, muito preparada para o jogo do poder, democrata e atual Vice-Presidente dos EUA.
A bola tá quicando para os Democratas. Não fechem os olhos. Vão perder o gol. E o mundo livre e democrático também será derrotado.
*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho