Depois do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pegou uma pena de 27 anos e três meses de prisão, o general Walter Braga Netto foi quem saiu com a maior punição do julgamento no "núcleo central" do golpe de Estado. Braga Netto terá que cumprir 26 anos de cadeia.

Foram reveladas no processo trocas de mensagens com subordinados golpistas em que ele xingava com palavrões militares de alta patente, como o atual comandate do Exército, e mandava atormentarem as famílias daqueles que não concordaram com o golpe.

Ele passou a sofrer entre os generais a mesma avaliação que o ex-presidente e general Ernesto Geisel tinha de Jair Bolsonaro. Geisel disse que Bolsonaro era "um mau militar".

Alexandre de Moraes determinou que, após o trânsito em julgado, Braga Netto e demais militares condenados sejam submetidos ao julgamento do Superior Tribunal Militar (STM). A Corte decidirá sobre expulsões das Forças e transferências de proventos às famílias.

Além do general Braga Netto, também o ex-presidente Jair Bolsonaro terá a perda de patente e soldo julgados. Ele é capitão reformado. O almirante Almir Garnier e os generais Paulo Sérgio Oliveira e Augusto Heleno correm risco, mas sofrem menos antipatia no meio.

A notícia da condenação do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, realizada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) repercurtiu no mundo inteiro. Inclusive, no mesmo dia da condenação, contou com manifestações e críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a decisão da Suprema Corte brasileira.

De acordo com a Reuters, o republicano disse estar "surpreso" e "insatisfeito" com a decisão. "É parecido com o que tentaram fazer comigo, mas eles não conseguiram", disse Trump para a imprensa. Ele se referia ao processo judicial que enfrentou pelos ataques ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Um dos motivos manifestados por Trump para aplicar as tarifas de 50% contra produtos brasileiros exportados para os EUA foi o processo judicial contra Bolsonaro, o qual Trump classificou como uma "caças as bruxas". As taxas foram formalizadas em 6 de agosto.

Contudo, ao ser questionado se aplicaria novas sanções contra o Brasil como retaliação à condenação, em vídeo divulgado pela imprensa, Trump se limitou a dizer que conheceu Jair Bolsonaro e o considera "um bom homem" e um bom ex-presidente do Brasil.

A declaração do presidente norte-americano traz incertezas sobre possíveis retaliações vindas dos Estados Unidos contra o Brasil. Vale lembrar que, apesar das tarifas de 50% terem sido aplicadas, Donald Trump determinou a excessão das taxas a 700 produtos brasileiros.

Contudo, autoridades dos EUA emitiram declarações de repúdio contra a condenação. Em suas redes sociais, o Secretário de estado dos EUA, Marco Rubio, classificou o caso como perseguição política e disse que os EUA "responderão adequadamente a essa caça às bruxas".