Em mais uma reviravolta na disputa interna pela presidência da Câmara dos Deputados, o candidato ao cargo pelo PSD, deputado Antonio Britto (BA), anunciou nesta quarta-feira (13), sua retirada da disputa. "A bancada decidiu, com proposta minha, retirar a candidatura a presidente da Câmara, para que nós possamos dar sequência ao processo que já ocorre com as demais lideranças da Casa e apoiar a candidatura de Hugo Motta à presidência da Casa", declarou o próprio Britto, acompanhado do presidente do PSD, Gilberto Kassab.

A declaração de Britto acontece dias após o mesmo afirmar que continuaria na disputa ao cargo, atráves dos votos de indecisos e partidos que ainda não se manifestaram. Porém, após o candidato do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguir o apoio da maioria das siglas na Casa - tanto de partidos de direita quanto da esquerda - o PSD temeu que fosse perder muito apoio na Casa. Após conversas com Lira e Motta, o PSD e Britto aceitaram se retirar da corrida interna ao principal posto da Mesa Diretora da Casa.

A "moeda de troca" para Britto é que ele foi reconduzido para assumir a liderança da bancada do PSD na Câmara em 2025. Além disso, até fevereiro de 2025, o parlamentar vai liderar o grupo formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos, que somam 146 deputados

No caso do PSD, as negociações buscam garantir o espaço da sigla nas comissões, na Mesa Diretora e relatorias. A tendência é que o partido deve ficar com a terceira secretaria da Câmara e a presidência da Comissão Mista de Orçamento. Além de Britto, o representante pelo União Brasil à presidência da Casa, deputado Elmar Nascimento (BA), também anunciou nesta quarta-feira , as desistências de suas candidaturas para o cargo. Mas ao contrário de Britto, a desistência de Elmar Nascimento já era espera.

Além da Câmara, o PSD também desistiu de lançar uma candidatura própria no Senado Federal para apoiar o candidato Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que é apoiado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Nesta quarta-feira (23), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados adiou a votação da proposta de emenda à Constituição que garante a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção (PEC 164/12). Vários deputados pediram vista da proposta, o que acabou adiando a votação.

A Constituição já garante a todos os brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, mas não há definição do momento em que esse direito começa a vigorar. 

Conforme informações da Agência Câmara, apresentada pelos ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO) em 2012, a PEC visa determinar que esse direito vale a partir da concepção do feto, e não do nascimento do bebê. 

Na prática, a proposta proíbe o aborto no Brasil nas situações hoje autorizadas em lei. Atualmente, o aborto é permitido em três casos no País: risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal (má-formação do cérebro).