Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Guerra à direita transborda para as redes

Fora da disputa, Bolsonaro deixa um vácuo | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Na semana passada, comentamos por aqui sobre a divisão na direita, observada especialmente nas eleições para a prefeitura de São Paulo, a partir das candidaturas do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de Pablo Marçal (PRTB). O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoia Nunes, mas não é apontado como o nome mais influente para explicar a melhora do prefeito na corrida eleitoral. Parte da direita que se considerava bolsonarista optou por Marçal. Essa situação transbordou para as redes sociais. É o que mostra o cientista de dados Sergio Denicoli, CEO da AP Exata, em um artigo que foi publicado no domingo (29) no jornal O Estado de S.Paulo. Especialmente no X, oficialmente banido do país por Alexandre de Moraes.

 

VPN

A rede, obviamente, perdeu grande parte da sua presença no Brasil, mas ainda é habitada quase que totalmente pela direita que usa o VPN para acessar a plataforma. Assim, reduto conservador, tornou-se bom ambiente para acompanhar o segmento.

Agressões

Segundo Denicoli, o X virou espaço para agressões mútuas entre os direitistas, que antes estavam unidos. Segundo ele, "não faltam ali xingamentos a Bolsonaro, o chamando de frouxo, covarde, refém do sistema" pelo apoio a nomes como Ricardo Nunes em São Paulo.

Bolsonaro deixa um vácuo que outros tentam ocupar

Tarcísio é um dos nomes que tenta ocupar o espaço | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A razão desse comportamento parece óbvia. Bolsonaro está inelegível, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até tenta reverter a situação, mas no momento está fora da disputa. Isso, naturalmente, leva outros atores a procurarem preencher o vácuo deixado por ele. Denicoli observa que há também no X muitos ataques ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PRTB), que primeiro saiu na busca por esse vácuo. Também orbitam por aí outros nomes da direita, como os governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). E mesmo Pablo Marçal, que não esconde a pretensão.

Esquerda

O alento para a direita é o baixo desempenho da esquerda. Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo mostra vantagem dos candidatos apoiador por Bolsonaro sobre os apoiados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos 103 maiores municípios do país.

Capitais

Como mostrou o Correio da Manhã na segunda-feira (30), o PT parece ter poucas chances de eleição nas capitais. Há candidatos petistas bem posicionados em Fortaleza, Teresina e Goiânia. Mas que perderiam as disputas em um eventual segundo turno.

PSB

A possibilidade mais concreta de vitória pela esquerda é no Recife, mas com o PSB de João Campos. Com base no que dizem as pesquisas, muito dificilmente o atual prefeito não será reeleito no primeiro turno. No Psol, há Guilherme Boulos em São Paulo.

Centro

Mas Boulos também perderia no segundo turno. Com a direita dividida e a esquerda combalida, o pêndulo pende para o centro. MDB e PSD disputam para ver qual dos dois elegerá o maior número de prefeitos. É por eles que parece se definir o que virá em 2026.