Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | Oposição anima-se com cenários para 2026

Ciro Nogueira: chances de vitória com união | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ato que o ex-presidente Jair Bolsonaro fará no próximo domingo (21) no Rio de Janeiro certamente servirá como medida do potencial da sua popularidade, da sua capacidade ainda de arregimentar pessoas e das chances que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm para o páreo eleitoral de 2026. A conversa que o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), teve na semana passada com os governadores oposicionistas que ensaiam disputar com Lula foi nessa linha. Ciro debruçou-se com os governadores sobre uma pesquisa realizada em março pelo Instituto Paraná Pesquisas. Esses números dão a Ciro a sensação de que, se houver uma união da oposição, há uma chance real de conseguir bater Lula.

 

Espontânea

Na pesquisa espontânea, quando não é apresentada uma lista ao entrevistado, Lula lidera com 20,8%. Bolsonaro aparece em segundo, com 15,9%. Mas ele não deverá ser candidato, a não ser que haja reversão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Está inelegível.

Soma

Nessa espontânea, os nomes de oposição todos somados ficam em 17,3%, próximo, então do empate (a margem de erro foi de 2,2 pontos percentuais), o que dá a Ciro Nogueira a impressão de que, havendo união, há, de fato, chances reais de vitória nas urnas em 2026.

Bolsonaro lideraria. Diversos cenários testados

Bolsonaro teria força como cabo eleitoral | Foto: Alan Santos/PR

Diversos cenários estimulados foram testados. Inclusive com Bolsonaro, que não disputará. O ex-presidente aparece à frente de Lula, com 37,1% contra 35,3% do atual presidente. Depois, é testado o nome de Michelle Bolsonaro: no caso, 36% para Lula e 30,9% para Michelle. Com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria 36,2% para Lula contra 23,3%. Em outros cenários, o Paraná testa ainda o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil, 7,7%); a senadora Tereza Cristina (União Brasil, que fica com 7%); o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD, 14,6%); o de Minas, Romeu Zema (Novo, 14,1%).

Apoio

Na reunião, Ciro Nogueira avaliou com os governadores oposicionistas que qualquer nome que vier a ser claramente apoiado nas eleições por Bolsonaro já iniciaria o páreo, por suas contas, com um percentual em torno de 30%. Por isso, a necessidade de não haver divisão.

Sem veto

Presente na reunião, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse aos presentes que seu pai não vetaria nenhum dos nomes de oposição colocados na disputa. Assim, segundo disse, havendo uma união em torno de uma candidatura, ela poderia vir a ter apoio dele.

Caiado

O que pode vir a atrapalhar os planos de Caiado são os problemas locais, envolvendo a suspeita de envolvimento de um primo, Jorge Caiado, em um assassinato. Ele tornou-se réu pela morte de Fábio Alves Escobar Cavalcanti. Adversários de Caiado tentam criar conexões.

Vaidades

O problema será segurar as vaidades numa disputa que fica aberta sem Bolsonaro. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, é candidatíssimo. Ele abriria mão para a eventualidade de apoiar Tarcísio, que hoje aparece mais bem posicionado? Michelle não deverá concorrer.

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