Na mitologia alemã, há a figura do doppelgänger. Ele seria uma espécie de cópia em negativo da pessoa. Um duplo invertido. Uma espécie de espelho da alma. Tudo de bom que uma pessoa tenha, será mal no doppelgänger, e vice-versa. Embora seja um grande equívoco, não são poucos, nestes tempos de polarização, os que enxergam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro como duplos assim invertidos. Um equívoco, porque Bolsonaro é alguém que se posiciona bem mais à direita do que Lula se posiciona à esquerda. Mas essas imagens invertidas têm alimentado o raciocínio político nos últimos tempos. Hoje, Lula parece mais propenso a construir pontes que ponham fim a essa polarização. Bolsonaro segue passando a impressão que as alimenta.