Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO: O 'pavão' Gonet deve ser o escolhido para a PGR

Ligado aos "pavões", Gonet deverá ser novo PGR | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Enquanto ainda reflete sobre quem escolherá para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece já ter se decidido sobre quem será o novo procurador-geral da República em substituição a Augusto Aras, cujo mandato terminou em setembro. O nome escolhido deverá ser Paulo Gonet. No STF, vitórias dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, padrinhos da indicação. Dentro da própria Procuradoria-Geral da República (PGR), vitória dos "pavões", na sua eterna disputa com os "tuiuiús". "Pavões" são mais legalistas. "Tuiuiús" mais punitivistas. "Pavões" seguem a linha do ex-procurador Geraldo Brindeiro. "Tuiuiús" a linha que prevaleceu na Lava-Jato. E esse pode ter sido o ponto decisivo.

 

Bigonha

O principal nome na disputa com Gonet é Antonio Carlos Bigonha. Ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Bigonha é ligado aos "tuiuiús". E isso pode ter sido o fator que pesou contra ele, caso Lula opte mesmo por Gonet.

Lava-Jato

Lula foi condenado e preso pela Lava-Jato. E isso pode ter atrapalhado os planos de Bigonha. Lula chegou a chamá-lo para uma conversa. E, pelas informações, Bigonha não teria ido bem na sabatina. Diante dos questionamentos do presidente, o procurador teria "travado".

Governo quer correr com créditos de carbono

Aliel Machado é o relator do projeto | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Além das matérias da pauta econômica, que deverão avançar esta semana com as votações da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Comissão de Orçamento e da reforma tributária na Câmara, há um outro tema que o governo se esforçará para acelerar: o projeto que regula o comércio de créditos de carbono. Aprovado pelo Senado, o projeto está na Câmara, e lá foi apensado a outro projeto sobre o tema, de autoria do ex-deputado Marcelo Ramos (PSD-AM). O governo quer ver o projeto aprovado antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, que acontecerá em Dubai, a partir do dia 30 de novembro.

Trunfo

A ideia do governo é levar o projeto aprovado como um dos seus principais novos trunfos à COP, como demonstração do esforço brasileiro na defesa do meio ambiente. Para isso, precisa que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), paute o projeto.

Créditos

Créditos de carbono são certificados emitidos por empresas que reduziram as suas emissões. Para cada tonelada de dióxido de carbono (CO2) não emitida, um crédito. Ao comprar tais créditos, outra empresa ganha uma espécie de permissão para emitir gases.

Relator

Na Câmara, o projeto tem como relator o deputado Aliel Machado (PV-PR). Para que se ganhe tempo e ele possa vir a ser aprovado antes da COP28, ele não deverá passar por comissões anteriores, vindo a ser discutido diretamente no plenário, quando Lira pautá-lo.

COP28

Esta semana, está prevista uma apresentação no Palácio do Planalto do que o Brasil organiza para a COP. Incluindo, além dos planos e projetos, o tamanho da delegação, com ministros e convidados. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é presença garantida.

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