Por: POR RUDOLFO LAGO

CORREIO POLÍTICO | O arriscado plano de Pacheco rumo ao TCU

Rodrigo Pacheco sonha com uma vaga no TCU | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender a sua pauta anti-Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que pode colocar em votação projetos como o que estabelece mandato para os ministros logo depois de esgotada a pauta econômica. O Senado já passou para a Câmara a reforma tributária, mas ainda haverá a análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e do próprio orçamento, além de outros temas. Se ainda haverá tempo para Pacheco fustigar o STF este ano, não se sabe. Mas o presidente do Senado não deixa o projeto morrer. E o que se comenta nos bastidores do Congresso é que isso faz parte de um plano de Pacheco para chegar ao TCU. Um plano arriscado. Mas, segundo se comenta, em curso.

 

Oposição

Antes dócil ao governo, Pacheco ultimamente se aproximou da oposição, como parte do projeto de levar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), à vitória como seu sucessor no comando do Senado a partir de 2025.

Independência

Nesse caminho, a oposição cobrou de Pacheco o cumprimento de sua promessa de campanha de defender a independência do Senado contra interferências do STF. Na visão da oposição, isso teria ocorrido no Marco Temporal e em temas da agenda de costumes.

Sem chances para o STF, Pacheco passou a mirar o TCU

A estratégia passa por Bruno Dantas no STF | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A rejeição do nome de Igor Roque para a Defensoria Pública da União (DPU) teria sido, então, um recado, para limitar o leque de escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga do STF aberta com a aposentadoria de Rosa Weber. Assim como fez com Igor Roque, a associação Pacheco/oposição poderia vir a derrubar nomes como o ministro da Justiça, Flávio Dino, e outros mais próximos da esquerda e do governo. Abrindo um caminho para que a escolha para o STF venha a ser o atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Escolhido Bruno Dantas para o STF, ficaria aberta uma vaga para o TCU. Para Pacheco.

Pacheco

Em determinado momento, o próprio nome de Pacheco foi cogitado para o Supremo. E ele checou a se movimentar nesse sentido. Quando percebeu, porém, que essa chance era extremamente remota, deu a guinada no Senado, pressionado por Alcolumbre.

Riscos

Os que comentam a hipótese, admitem que o jogo é arriscado. Embora tenha apreço por Bruno Dantas, Lula teria de ceder a uma estratégia que não é sua na escolha de um nome para a Suprema Corte, cuja atribuição da escolha é inteiramente sua, com o aval do Senado.

Bolsonaro

Quando Renan Calheiros (AL) procurou o PSD para tentar compor uma aliança na qual o partido de Gilberto Kassab apoiasse alguém do MDB no Senado, Alcolumbre foi ao PL conversar com Valdemar Costa Neto e com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Alcolumbre

Uma escolha que está associada ao projeto de retorno de Alcolumbre que, a essa altura, tem buscado apoios junto à oposição, e não junto ao governo. Ainda que Alcolumbre tenha no governo um ministro da sua cota pessoal, Valdez Goes, do Desenvolvimento Regional.

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