Por: Rudolfo Lago

Correio Político | Após Vieira, duas vices da Caixa deverão ser mantidas

Vieira causou boa impressão na sua chegada à Caixa | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira, tomou posse do cargo somente na terça-feira (7). Mas, desde que foi anunciado com a demissão de Rita Serrano há duas semanas, Vieira já despachava informalmente no banco. E, de acordo com servidores da Caixa, a impressão sobre o novo presidente tem sido positiva. Pelo menos neste começo, a forma como vem procurando organizar o trabalho parece menos política e mais voltada a valorizar os servidores do próprio banco. O peso da distribuição política deverá ficar nas nomeações para as vice-presidências, que irão para o Centrão. Mesmo assim, porém, a expectativa é que se mantenham dois dos atuais vices: Inês Magalhães, em Habitação, e Marcelo Ângelo de Paula, em Governo.

 

Centrão

Vieira é uma indicação do Centrão, mais especificamente do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A expectativa é que as demais vices sejam distribuídas pelo partido do grupo. Lira esteve com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e discutiu o tema.

Reforma

Embora oficialmente a reunião tenha sido para tratar da reforma tributária, tudo está associado, dentro da lógica da coalização política, ou do toma-lá-dá-cá. A boa vontade de Lira e do Centrão, que dominam a Câmara, está ligada à satisfação com cargos e verbas.

Na negociação, uma para o PT e outra para Pacheco

Inês Magalhães deve seguir no comando de Habitação | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Inicialmente, o Centrão estava de olho em todas as 12 vice-presidências da Caixa, além da presidência, que já está com Carlos Vieira. Na negociação, o PT preservou a de Habitação, que é a grande menina dos olhos da ação social do banco. É a vice-presidência de Habitação que administra o programa Minha Casa, Minha Vida. Inês Magalhães deverá ficar no cargo. E também se manterá o vice-presidente responsável pelas relações com o governo. Marcelo Ângelo de Paula é ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). É prudente mantê-lo. O Senado anda enciumado com as conquistas de Lira e da Câmara e vem reagindo.

Servidores

Nos demais cargos da gestão, Vieira parece ter chegado disposto a valorizar servidores da própria instituição, e já fez mexidas nesse sentido. Sua chegada, assim, parece ter agradado internamente, desfazendo qualquer prevenção pelo fato de ser indicação do Centrão

Rita Serrano

"Ele parece estar fazendo o que se esperava que Rita Serrano faria", comenta um servidor da Caixa. Por ser alguém do quadro do próprio banco, esperava-se que ela faria essa valorização interna. Mas, segundo esse servidor, não foi o que acabou acontecendo.

Exposição

Rita Serrano acabou caindo depois da reação de Lira a uma exposição onde havia um quadro com painéis. Um deles mostrava Arthur Lira dentro de uma lata de lixo, ao lado do ex-ministro da Economia Paulo Guedes e da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Pretexto

O cartaz com a lixeira é apenas uma pequena parte do quadro. Na verdade, foi mero pretexto. Lira já pedia o comando da Caixa desde o final do primeiro semestre, após a aprovação da reforma tributária. A situação com a exposição somente precipitou o que já se esperava.

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