Por: Paulo Cézar Caju*

Basta ao futebol medíocre do Brasil!

A definição do termo 'casa da mãe joana' cabe bem ao momento do futebol brasileiro. | Foto: Divulgação

Geraldinos, já estou cansado, sem vontade e sem ânimo para assistir partidas do futebol brasileiro. O jogo atrasado entre Cruzeiro e Internacional foi de lascar. Pior do que o anti-jogo da equipe gaúcha, foi ouvir o treinador atual deles, Roger Machado, dizer que o time deu "aula" de como atuar com um a menos em 70 minutos. essa "aula" dele foi, novamente, a forma técnica do futebol gaúcho, do time na defensiva e praticando aquelas faltas desnecessárias para parar as jogadas do adversário. Não a toa que o placar do duelo foi 0 a 0.

Já na Copa do Brasil, Flamengo e Bahia foi mais empolgante, mas, mais uma vez, a imprensa brasileira se mostra bem a favor do Rubro-Negro, dizendo que time de Tite jogou com o "regulamento embaixo dos braços". Um gol vindo de uma falha do goleiro da equipe baiana, numa jogada de bola parada, bem típica da escola gaúcha de futebol. Outro grande exemplo deste jogo de retranca...

O que salvou um pouco foi São Paulo e Atlético Mineiro, que, mesmo com a vitória do Galo por um magro 1 a 0, foi um jogo que mostrou como os dois times jogam mais ofensivamente, mesmo com técnicos argentinos. Aliás, falando em treinador estrangeiro, não posso deixar de citar nosso português Abel Ferreira. Desnecessária a fala para com a repórter, dizendo que só deve satisfação às mulheres da sua família. Faltou dizer aí a Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que ainda o mantém no comando do Alviverde e, se reeleita, afirmou que estenderá seu contrato.

Antes da pérolas, essa história de jogadores falarem de forma intempestiva com os árbitros está terrível. Na minha época, isso nem existia e, quando algo acontecia, seja dentro ou fora de campo, e que atrapalhava o elenco, tínhamos multa pesada, em dinheiro. Hoje, essas questões do STJD, de recursos ou pagamentos em cestas básicas, é praticamente algo de passar a mão na cabeça do atleta. Fora os próprios técnicos e presidentes dos clubes, que também não fazem punições mais críticas e severas aos atletas.

Além disso, essa questão de a comissão técnica virar cabide de emprego para as famílias. Os próprios jogadores não sabem a quem respeitar. Tie tem o filho como auxiliar, Ramon Diaz, idem. Assim como Dorival Júnior, da Seleção Brasileira. As coletivas oram começam com o pai e terminam com o filho ou vice-versa. O futebol está, literalmente, virando a casa da mãe Joana...

Pérolas da semana

1 - "Acelerar, amassando ou agredindo o adversário, espetando de novo (chame o churrasqueiro), fazendo o X-1 (duelo), empurrando o adversário para trás, atacando os espaços com o atacante agudo".

2 - "Pegou na orelha da bola (bola tem gomos, não face!)"

3 - "Atacante agudo, com boa leitura (visão!, campo não tem livro!) de jogo, jogando de costas, encaixando-se na defesa do adversário como uma luva, com intensidade".

4 -"A bola entrou no corpo do atleta" (agora os jogadores viraram ilusionistas ou mágicos)

5 - "Mudou de patamar, indo para o andar de cima (clubes viraram mercadoria), quebrando as linhas (não existe pedra no campo), com os jogadores agudo mordendo o adversário (agora viraram cachorros), correndo com a faca nos dentes".

6 - "Ala que gosta de quebrar as linhas, chamando para dançar (vamos criar uma pista no gramado)"

7 - "Cruzamentos seguidos, fazendo bateria antiaérea (vamos para a guerra!), para aproveitar os atacantes agudos"

8 - "O time abriu mão de ter a bola e veio para se defender" (era melhor nem ter entrado em campo...)

9 - "Bola viajando (foi alçada ou cruzada) na grande área".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).