Por: Paulo Cézar Caju*

Futebol brasileiro de mal a pior

Abel Ferreira em coletiva de imprensa, após derrota do Palmeiras para o Internacional no Brasileirão. | Foto: Reprodução TV

Geraldinos, nosso futebol está a cada dia mais difícil de assistir. Essa primeira rodada do Campeonato Brasileiro mostrou como nossos clubes e jogadores estão nivelados por baixo, muito em função de não aproveitarmos talentos de vizinhos sul-americanos e sim atletas medianos. Com isso, as partidas sem emoção e com os times no jogo "eficiente". Fora isso, deve-se observar também a arbitragem nacional. Mesmo com a troca de Leonardo Gaciba para Wilson Seneme, os profissionais não estão se entendendo com a regra. Logo na estreia, três já foram para a geladeira, por erros e reclamações de dirigentes. Além disso, o VAR também não tem uma orientação certa. Cada um que está na cabine tem sua opinião e sua forma de interpretar a regra.

E nossos técnicos? Esses merecem um capítulo à parte também. Mais uma vez, as reclamações de elementos adversos pela culpa da derrota. Abel Ferreria reclamou da falta da "pressão" da torcida na Arena Barueri, ao perder de 1 a 0 para o Internacional. Outros podem dizer que o calendário do futebol é mal organizado ou que o gramado não estava adequado ao modelo de jogo da equipe. De novo, deve-se seguir o exemplo de Pep Guardiola, que perdeu nos pênaltis para o Real Madrid nas quartas de final da Champions League e segue normalmente nas entrevistas e coletivas, dizendo que foi falha da equipe no revés. Aliás, um que tem grandes ideias e anda fazendo experiências em momentos e horas erradas. As improvisações podem até acontecer por contusões ou necessidades no decorrer do jogo, mas Fernando Diniz anda extrapolando. A torcida do Fluminense já está ficando impaciente com algumas delas. No duelo contra o Colo-Colo, pela Libertadores, o qual assisti no Marcanã, alguns já estavam ensaiando vaias e reclamações. Não é porquê foi campeão da Libertadores que acha que terá respaldo da diretoria para as mudanças e testes. Qualquer hora, principalmente se o time não fizer um bom turno no Brasileiro, pode balançar.

Falando em Maracanã, a atual concessionária precisa olhar melhor o Museu do Futebol. Primeiro, que só existe lojas de Flamengo e Fluminense - clubes da atual gestão do complexo esportivo - e não tem de Vasco e Botafogo. Segundo, o cuidado com o espaço, que está muito largado, sujo e imundo. Terceiro, na visita que fiz com a consulesa-geral da França no Brasil e sua família, eles ficaram impressionados com a pouca menção a maior geração de futebol do Brasil, a de 1958, 1962, 1966 e 1970, que garantiram a Jules Rimet de forma definitiva.

Vamos as Pérolas da Semana, que cada vez mais fazem sucesso!

Pérolas da Semana

1 - "Padrão de excelência, com modelo de jogo encaixado, rodando com jogadores agudos pelos lados, falso 9"

2 - "Padrão de acionar o modo de segurança, com jogador que gosta de fazer X1, ganhar a segunda bola (só tem uma em campo!), dando a dinâmica no espaço".

3 - "Juiz fez a leitura (visão, ninguém lê em campo!) do lance desconectado, sem dinâmica, com a bola viajando (para onde, Chile, Colômbia, Bolívia, Peru)".

4 -"Encaixe do jogo, machucando o jogo com uma machadada na bola em direção à parede da rede (jogador agora virou lenhador) ou chapar na cara da mesma".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).