Por: Paulo Cézar Caju*

A arbitragem e os jogadores no Brasil

Árbitro Anderson Daronco | Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Gostaria de começar dizendo que fiquei muito contente com a repercussão da minha estreia por aqui! Recebi inúmeras mensagens, ligações e até na rua me pararam para comentar sobre a minha primeira coluna. Claro que as "Pérolas da Semana" continuam sendo as queridinhas e fazem a galera se divertir! Hoje, no entanto, venho falar de um assunto que tem me incomodado bastante: a arbitragem brasileira.

Antes que venham falar de chororô, é claro que a queda do Botafogo não se deve 100% aos homens do apito, mas com certeza isso interferiu bastante. No jogo contra o Bragantino, por exemplo, somando os dois tempos, perdi a conta de quantos minutos de acréscimo teve a partida. Tudo bem que jogadores como o goleiro Lucas Perri, que se jogou algumas vezes pedindo andamento, contribuem para que os juízes descontem no fim da partida, mas nada que justifique essa eternidade.

Uma coisa que notei é que, nos jogos do Botafogo, são sempre os mesmos árbitros e com certeza isso atrapalha. Daronco, Klaus, Wilton Pereira de Sampaio são figurinhas carimbadas quando se trata de Botafogo. Por falar em comportamento de jogadores, fiquei sabendo que o Gabigol tem mais cartões amarelos do que gols no campeonato e a diretoria está prestes a renovar seu contrato por não sei quantos anos e milhões! Como explicar um negócio desse? O certo seria aplicar uma multa e não bonificá-lo! Contra o Fluminense, entrou nos minutos finais e conseguiu ser expulso por uma confusão com Nino. Sobre o clássico, inclusive, achei o resultado bem justo pelo que as duas equipes apresentaram.

"E o Vasco , PC?". Mesmo com o estádio lotado e um adversário teoricamente inferior, não existe jogo fácil e o time da Colina contou com o talento de Payet para conquistar uma vitória suada em São Januário. Inclusive, que cobrança de falta linda do francês! Foram três pontos importantes que deixaram o Vasco fora da zona de rebaixamento e torço para que siga dessa forma!

Por fim, não poderia terminar sem externar a minha indignação com a atual gestão da CBF, que não dá a mínima para os campeões de 58, 62 e 70. Mesmo como embaixadores, não recebemos qualquer convite para participar de iniciativas e vale lembrar que a Seleção estará no Maracanã na próxima semana. Falando de bola, depois da derrota para o Uruguai, acho que o Brasil não terá vida fácil contra a Colômbia e muito menos contra a Argentina! Apesar de confiar no trabalho do Diniz, tenho minhas dúvidas quanto ao emocional do time após os últimos dois tropeços! Veremos…

Pérolas da Semana:

Estamos de volta com o linguajar esdrúxulo dos analistas de computadores!

1 - "O externo tinha uma opção interna para dar amplitude ao campo na última linha de quatro e optou pela compensação no gatilho de troca ao achatar por dentro o esquema confortável do adversário".

2 - "Para manter a intensidade com a bola viva sem queimar as assistências, o treinador aproxima as linhas e propõe um jogo pesado e espetado, sem conexões ou ligações diretas na faixa diagonal pelas alas".

3 - "Com o intuito de ouvir o campo (o campo não fala!!), o jogador de beirinha pesquisa a leitura de jogo e faz a ligação direta para o falso nove chapar na orelha da bola em direção a bochecha da rede".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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