O cenário fiscal das cidades melhorou, mas 36% delas, com 46 milhões de brasileiros, ainda têm situação fiscal difícil ou crítica. Vitória é a única capital a alcançar nota máxima. Já Cuiabá tem nota zero em liquidez e nível crítico de investimentos. Os dados fazem parte do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), que analisou as contas de 5.129 municípios com base em dados das prefeituras.

Com pontuação que varia de zero a um, o IFGF avalia autonomia, gastos com pessoal, investimentos e liquidez.

No contexto doméstico há um claro cenário de desigualdade na economia regional: 98% dos municípios com alto desenvolvimento estão no Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Já entre os críticos, 95% estão no Norte e no Nordeste.

De acordo com o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, é fundamental considerar que o cenário está melhor por conta dos resultados econômicos de 2024 e de maior repasse de recursos. Somente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) repassou R$ 177 bi em 2024.

Apesar do cenário positivo, 2.025 municípios apresentaram nível de liquidez difícil ou crítico em 2024. Nesse grupo, destacam-se negativamente as 413 prefeituras que terminaram o ano sem recursos em caixa suficientes para cobrir as despesas postergadas para o ano seguinte.

O recorde histórico da produção de grãos, obtido em 2024/2025 deverá ser superado na próxima safra. É o que indica a 13ª edição da pesquisa "Perspectivas para a Agropecuária 2025/2026", da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com a publicação, se confirmadas as expectativas, o volume total a ser colhido será de 353,8 milhões de toneladas. O resultado é 1% maior do que os 350,2 milhões de toneladas colhidas na temporada 2024/25 - volume recorde para o setor, até então. O resultado será influenciado pelo aumento na área cultivada, que deve sair de 81,74 milhões de hectares para 84,24 milhões.

A boa rentabilidade e a possibilidade de venda antecipada da produção de algodão têm favorecido essa cultura. A expectativa para a safra 2025/2026 é de um crescimento de 3,5% na área semeada. A produção deverá crescer 0,7%, alcançando 4,09 milhões de toneladas.

No caso do milho, há uma expectativa de redução de 1% da colheita, na comparação com a safra 2024/25, mesmo havendo aumento de área cultivada nas primeira e segunda safra. Segundo a Conab, esse movimento se deve à expectativa de aumento no consumo interno.

Com relação ao principal produto cultivado no Brasil, a Conab projeta, para a soja, aumento de 3,6% na produção, chegando, portanto a 177,67 milhões de toneladas na próxima safra. Na última colheita, foram colhidas 171,47 milhões da oleaginosa, aponta a publicação.

A safra de arroz indica tendência de retração da área cultivada nos principais estados produtores, saindo de 1,76 milhão de hectares em 2024/25 para 1,66 milhão de hectares no ciclo 2025/26. No caso do feijão, é estimada uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas.