Por: CORREIO ECONÔMICO

CORREIO ECONÔMICO | Arroz é a vedete da queda de preço dos alimentos

Importação visava evitar aumento do preço do arroz | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O orçamento das famílias brasileiras teve um alívio no mês de agosto e a vedete dessa deflação ficou com o arroz, que teve queda de -2,61%. A informação é do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

Outros produtos importantes na mesa do consumidor também apresentaram redução de preços em agosto foram o tomate (-13,39%), a batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), o arroz (-2,61%) e o café moído (-2,17%). Nos combustíveis, a gasolina teve queda de 0,94%, o etanol recuou 0,82% e o gás veicular, 1,27%.

"Digamos que o carro-chefe dessa deflação é o arroz. Quem pagava no ano passado, nessa época, 5 quilos de arroz a R$ 30, R$ 27, R$ 28 -, hoje está pagando R$ 15, R$ 16, R$ 17, R$ 18", afirmou Paulo Teixeira.

 

Queda de -0,11%

Com influência da queda nos preços dos grupos habitação, alimentação e bebidas, o Brasil teve inflação negativa de 0,11% no mês passado. O resultado é 0,37 ponto percentual abaixo do registrado em julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Desde agosto

Esse é o primeiro índice negativo desde agosto de 2024 e o mais expressivo desde setembro de 2022. No acumulado de 2025, a inflação está em 3,15% e, em 12 meses, em 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores, connforme números divulgados pelo IBGE.

Exportação de produtos atingidos por tarifaço cai 22%

Fertlizantes utilizados no agro ficaram fora da lista | Foto: Pexels/ Pixbay

As exportações de produtos afetados pelo tarifaço estadunidense caíram 22,4% em agosto ante igual mês de 2024. Já as vendas de itens que não sofreram taxas adicionais recuaram 7,1%.

A constatação está no Monitor de Comércio Brasil-EUA, boletim elaborado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), entidade sem fins lucrativos que representa mais de 3,5 mil empresas envolvidas no comércio entre os dois países.

A análise é feita em cima de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), que já havia apontado que as exportações para os EUA caíram 18,5%.

 

Desaceleração

De acordo com a Câmara Americana de Comércio, os dados do mês passado indicam que as sobretaxas impostas pelos EUA provocaram queda nas exportações brasileiras e vêm contribuindo também para a desaceleração das importações. Ou seja, nas compras do Brasil.

Comércio

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para a China. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, o comércio entre os dois países chegou a US$ 56,6 bilhões. As exportações somam US$ 26,6 bilhões.

Cobrança

O governo Trump estipulou a cobrança a partir de 6 de agosto, mas deixou cerca de 700 produtos em uma lista de exceções. Entre eles estão suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo motores, peças e componentes.

Sem déficit

Trump alega que os americanos têm déficit comercial (compram mais do que vendem) com o Brasil. Mas os dados mostram que os EUA vendem mais do que compram do Brasil. Em agosto esse déficit comercial brasileiro ficou em US$ 1,2 bilhão, alta de 188%.