Coluna Magnavita | BC é paraíso para grandes bancos. Diretor em fim de mandado já beneficia futuro patrão
BC: Autonomia para agir como mercenários
A pseudo autonomia do Banco Central criou uma aberração. Um tropa de elite dentro do estado, que age mais como mercenários do sistema financeiro e cada vez menos em defesa da moeda e da economia do país. Quem controla o Banco Central? Foi a pergunta mais ouvida em Brasília nesta quarta, 03 de setembro. A resposta pode ser simples. É só esperar quem será contratado pelo BTG Pactual neste ano. Em dezembro próximo, Renato Dias de Brito Gomes deixará o banco, entre o seu legado maior o bilionário negócio que resultou na liquidação dos Bancos Econômico e Nacional, jogando no colo de André Esteves R$ 11 bilhões, pagos pela viúva.
A turma de Roberto Campos Neto, ex-presidente do BC, trouxe para Brasília um protagonismo de nomes que fizeram carreira no Rio e na PUC, afinados de fio a pavio com a agenda de André Esteves. Abduzir um diretor do Banco Central em final de carreira não é tarefa impossível, ainda mais quando não há fiscalização sobre os seus atos e uma impunidade certificada pela "autonomia ficcional".
Barrar a aquisição do Banco Master pelo BRB - Banco de Brasília SA virou uma obsessão do BTG Pactual, ecoando na tese da concentração de mercado. A decisão do BC foi claramente política e fruto desta impunidade relativa. Outro diretor carioca, oriundo da PUC, que deixará o Banco Central em dezembro próximo é Diogo Abry Guillen.
Este cenário foi construído no Governo de Jair Bolsonaro, sem Paulo Guedes e Roberto Campos, cada um passou a cuidar do seu futuro, afinal, todos estão na faixa dos 40 anos e tem uma longa avenida de oportunidades pela frente.
A esquerda e o Governo Petista não se deram conta que, sob as barbas de Lula, o Banco Central passou a ter uma perigosa autonomia. Autonomia para agir com mercenários dos grandes nomes do sistema financeiro que querem a concentração e turbinar negócios, como o Econômico e Nacional, que foram espetados na conta da viúva.
Os Estados Unidos enfrentam um problema semelhante, só que lá é possível afastar diretores com uma canetada presidencial. No Brasil, é necessário que o poder legislativo barre este excesso de poder.
Em Brasília, já se dá como certo que Renato Gomes poderá, muito em breve, escolher a decoração do seu gabinete no BTG, após a pseudo quarentena.
