BAIANO OU MINEIRO NO STF - A vaga do ministro Luís Barroso já começa a ser disputada. Na posse do STF, o comentário era sobre as chances do ministro Bruno Dantas, do TCU; ou do senador Rodrigo Pacheco. Em outros tempos as relações empresariais do baiano Dantas pesariam contra. Hoje, viraram predicados. Já o mineiro Pacheco tem Davi Alcolumbre como forte padrinho. O jogo está sendo jogado.
RINHA DE GALO NO STF - O ministro Luís Barroso tem chances reais de pegar o boné. O clima no STF não anda nada agradável e os bastidores ficam cada dia mais azedos. Ele anda de saco cheio. Em uma recente rusga entre dois ministros, o que se sentiu ameaçado pelo estreante, retrucou: "quero lhe lembrar que eu sou bem mais novo. Quando você se aposentar, eu continuarei ministro por um longo tempo". As ameaças pararam na hora.
DEMISSÕES E PERSEGUIÇÕES NA FIRJAN - Depois de desagradar todos os integrantes do primeiro escalão do Governo do Estado, que estavam presentes no último almoço empresarial do LIDE RJ, com uma palestra terceirizada, na qual o seu preposto traçou um assustador quadro sobre a realidade fluminense, o novo presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, demonstrou não ter o mínimo preparo para aguentar críticas. O registro feito na coluna gerou uma reação desproporcional do novo dirigente empresarial, que demonstra não compreender a função pública que exerce e as possíveis críticas que pode receber por sua atuação pública.
Luiz Caetano, entretido pela degustação do prato que começou a ser servido enquanto estava no púlpito, fez a introdução, repassou a palestra ao colaborador e retornou à mesa a tempo de provar o delicioso filé da cozinha do Fairmont, deixando seu assecla massacrando a imagem do Rio para possíveis investidores.
Depois de ter ocupado um papel secundário na gestão anterior, o executivo da Refinaria Nacional de Sal S/A, a Sal Cisne, Luiz Césio Caetano foi escolhido para assumir a entidade. Foi só sentar na cadeira para apresentar uma postura bem diferente da fase de transição. Ser presidente da Firjan não lhe garante imunidade a críticas, sejam internas ou externas. Neste seu voo de Cisne, ele está redesenhando a fábula do patinho feio que vira Cisne. O que assistimos é um Cisne virando patinho feio por atitudes mesquinhas como a demissão que promoveu afastando hoje antigos e valorosos colaboradores.
Foram demitidos da Firjan nesta segunda-feira: o ex-embaixador Frederico Araújo, que ocupou as embaixadas do Brasil em Santiago, Austrália, Bolívia; a Ex-chefe cerimonial do Presidente Fernando Henrique Cardoso, Beatriz de Vicq, que ocupava a chefia gabinete da presidência; Ângela Cunha, assessora de Relações com Associados; e Tatiana Ávila, assessora internacional da entidade. Todos afastados de uma só vez. Perde a entidade colaboradores de peso e depois se dizem incomodados quando a Imprensa registra que a Firjan se apequenou.
Sobre a matéria publicada pelo Correio da Manhã, Luiz Caetano emitiu o seguinte comentário, esquecendo de lembrar que o jornal estava presente ao evento no qual ele trocou a chance de fazer uma palestra para uma plateia repleta de empresários e preferiu retornar à mesa principal para degustar o delicioso almoço. Mesa que tinha a presença atenta da direção deste Jornal:
"Prezados. Diante desta matéria danosa à Firjan de 26 último no Correio da Manhã, com ataques grosseiros, desrespeitosos, falaciosos e facciosos à Instituição, a Colaborador e ao Presidente, e após reflexões dos acontecimentos preteritos e recentes, e ainda as investidas contra a Firjan e a nossa gestão, determinei hoje medidas para limitar estas ações e influências lesivas ao ambiente da Casa. Medidas que entendi minimamente e absolutamente necessárias neste sentido. Atte. Luiz Césio Caetano".
Ele rebate afirmando: "ataques grosseiros, desrespeitosos, falaciosos e facciosos a Instituição". Neste ponto foi verdadeiro. Não classificou como inverídicos. Já que toda a sua rápida passagem pelo púlpito, retornando ao almoço, foi gravada, assim como as telas exibidas com ataques ao Rio pelo seu preposto.
Curiosa vai ser assistir a reação dos acionistas da Refinaria Nacional de Sal S/A, a Sal Cisne, em ver o seu colaborador implodindo a entidade que passou a dirigir de forma voluntária, já que o cargo não é remunerado. O que seria um momento de orgulho para a companhia, vai virar uma encenação grotesca de "A Morte do Cisne", o famoso solo de balé coreografado por Mikhail Fokine para a bailarina Anna Pavlova em 1905, com a decadência precoce de uma gestão que ficou velha rapidamente.
FIRJANJA - O tímido Luiz Césio Caetano manteve a sua renda familiar ligada aos cofres da entidade que preside. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro tem a sua versão local da primeira-dama, Janja da Silva. Apesar de recomendações, ele não incluiu na lista de demitidos a sua esposa Kátia Turra Matouk, que também tem o sobrenome Caetano Alves.
Ela está a pleno vapor no papel de primeira-dama, inclusive se contrapondo a vice-presidentes e diretores. Ela teria participado ativamente da elaboração das listas de demitidos e desta primeira leva. Um clima de FIRJANJA, que contraria qualquer regra de compliance. Ela ocupa o cargo de Gerente Firjan II. Está na Federação há 26 anos e há 10 casada com Caetano.
Ouvido pela coluna, um especialista de compliance considera que não é de bom tom que o presidente de uma entidade, que vive de contribuições associativas e de verbas oriundas do sistema S, tenha o seu cônjuge em função remunerada pela entidade. O correto seria uma licença sem vencimentos para a primeira-dama, enquanto durasse o mandato do marido, que pelo andar da carruagem deverá ser de um só período de gestão.