Combate à criminalidade urbana na pauta do 22º Fórum de Segurança da Barra, Recreio e Vargens
Com o tema "Reformas Legislativas e o Combate à Criminalidade Urbana", foi realizada mais uma edição do Fórum de Segurança da Barra, Recreio e Vargens, no Lagune Barra Hotel, nesta terça-feira, 29 de julho. O evento reuniu autoridades, especialistas, empresários e representantes da sociedade civil para discutir propostas, desafios e soluções no enfrentamento à criminalidade nos bairros da região, por meio de um diálogo construtivo, com foco em medidas legislativas eficazes para a realidade urbana.
O vice-presidente do HotéisRIO, José Domingo Bouzon, ressaltou que o tema escolhido para esta edição foi muito pertinente, em função dos desafios que a segurança pública da região enfrenta. "Mais uma vez reunimos iniciativa privada, poder público e representantes da sociedade civil em torno de um tema que aflige a todos. A polícia vem fazendo um bom trabalho, mas muitas vezes o bandido volta rapidamente para as ruas. As leis precisam acompanhar a complexidade do desafio da realidade", afirmou. Bouzon explicou que o setor hoteleiro é um dos primeiros a sentir os impactos da criminalidade, pois a sensação de insegurança compromete a imagem e a economia do Rio de Janeiro. "Na Zona Oeste, há uma aglomeração de hotéis, centros de convenções, áreas de lazer, shoppings e grandes empreendimentos. É essencial garantir um ambiente seguro para moradores e visitantes. Os empresários precisam de políticas públicas que garantam previsibilidade e continuidade. Não existe sociedade desenvolvida sem segurança pública".
Para Marco Paes, diretor de relações institucionais da ACIR, o fórum reforça o compromisso da entidade com a segurança pública e o desenvolvimento sustentável da região.
Márcio Almeida, promotor de justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, destacou a importância de reformas na legislação. "A criminalidade urbana passa muito pela articulação com a municipalidade, que deve zelar pela ordem pública. A guarda municipal, por exemplo, vai passar a ter papel relevante no ordenamento público, que é primordial na questão da segurança".
O painel foi aberto pelo secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor César dos Santos, que revelou que um dos maiores obstáculos é transformar os números da criminalidade, que vêm caindo, em um sentimento real de segurança para a população.
Em seguida falou o secretário de Polícia Civil, Felipe Cury, que levantou a questão da legislação, que facilita a soltura de criminosos. Segundo ele, muitas vezes os bandidos saem ainda na audiência de custódia.
O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que o conceito de segurança pública é amplo e envolve muito mais do que o combate à criminalidade. "Ações aparentemente simples, como iluminação adequada, poda de árvores e fiscalização do comércio ambulante também são segurança pública. Não podemos ver apenas pela ótica de policiamento". Menezes ressaltou que a Polícia Militar enfrenta situações comparáveis às de uma guerra e se viu obrigada a ter helicópteros blindados e uma unidade de demolição, para destruir as barricadas erguidas pelo tráfico na entrada das comunidades.