PINGA-FOGO
O FATOR RUAS - A rearrumação da casa, depois de um lampejo antecipado do processo sucessório no estado do Rio, serviu para colocar na mesa um nome de peso: o deputado Douglas Ruas. Filho do capitão Nelson e afilhado do deputado Altineu Côrtes, o parlamentar é o nome do PL para a presidência da Alerj, seja em mandato tampão ou para a próxima legislatura. É um nome que cresceu muito no final de 2024 e início de 2025 como até um possível candidato a Governador.
Bem casado, com uma família bonita, com excelente desempenho no executivo como secretário de Habitação, oriundo de um dos maiores colégios eleitorais do estado, é um nome que precisa ser tratado com o maior respeito pelo lastro eleitoral que traz. O PL fluminense está coeso com ele. O horizonte principal, no momento, é o comando do legislativo estadual.
PÁREO ABERTO - Esta precipitação eleitoral do processo do estado do Rio revelou alguns nomes na cena sucessória: o ex-delegado e ex-deputado federal Marcelo Itagiba sendo lembrado pelo Partido Novo, encarnado na mesma essência que fez o Wilson Witzel decolar. Itagiba se apresenta como o Xerife, capaz de priorizar a questão da segurança, o que é a grande demanda do eleitor.
Curioso é o aspecto folclórico do PSDB Fluminense, que, depois de minguar por ingratidões partidárias e perder nomes sérios, pode dar abrigo ao ex-governador Wilson Witzel, que sonha em ser reabilitado e voltar a residir no Laranjeiras. Um triste fim para a histórica legenda que definhou.
DIÁLOGO SENATORIAL - O senador Flávio Bolsonaro tem agenda em Brasília com o governador Cláudio Castro. Vão conversar e muito. Os dois são amigos e Flávio sempre emitiu sinais positivos para o governador, tendo, inclusive, uma pasta no primeiro escalão. A nomeação de Gutemberg Reis para a Defesa do Consumidor é uma indicação pessoal do senador. Não havia lógica de ele não apoiar Castro e nem a precoce candidatura de Rodrigo Bacellar e manter o seu quinhão no governo.
CADA UM NO SEU QUADRADO - A normalidade volta ao início do segundo semestre na política fluminense, pelo menos até o fim do recesso parlamentar: o governador governa, o presidente da Alerj comanda a Casa de Leis, os líderes de partidos contraem as suas alianças. E os réus, como Washington Reis, cuidam da sua defesa.
PUXANDO O CALENDÁRIO - A precipitação eleitoral não foi algo exclusivo da direita. É bom lembrar que o prefeito Eduardo Paes começou a ciscar com muito apetite no interior, voando de helicópteros para encontros políticos e visitar outros prefeitos; anunciando em jornais do interior; acirrando o conflito com namoro a Washington Reis; e perambulando por gabinetes de cortes superiores em Brasília. Inclua-se na lista armar a guarda municipal e avançar na pauta da segurança pública.
SENADOR PP - O deputado Pedro Paulo estudando seriamente a possibilidade de concorrer ao Senado em 2026. As contas voltaram a ser feitas na Luz dos acontecimentos do JULHO VERMELHO, como está sendo chamado o período de rearrumação política ocorrida neste mês, quando a ebulição do caldeirão político chegou ao máximo. Pedro Paulo tem a seu favor o protagonismo político com a relatoria que hoje ocupa na Câmara.
NO OLIMPO - A fervura política teve início com a saída do vice Thiago Pampolha para o Tribunal de Contas do Estado. Hoje, no confortável cargo vitalício que ocupa, ele assiste o parquinho pegar fogo e puxa aquele seu tradicional sorriso maroto de canto de boca e murmura: "Eu avisei…".
TRÊS VAGAS - Aliás, um aviso aos navegantes: o TCE tem a possibilidade de ter três vagas neste segundo semestre: a de José Gomes Graciosa e de Marco Antônio Alencar, que completam 72 anos e podem pegar o boné quando liberados; e ainda a de Domingos Brazão, se ele for condenado. As três dependem do judiciário. Muita tinta na caneta do governador e da Alerj para um novo cenário que pode surgir.