PINGA-FOGO

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BOLSOLULA, A INVENÇÃO DE WASHINGTON REIS - O ainda secretário estadual dos Transportes Washington Reis está tentando criar a mais estranha figura da política brasileira: BolsoLula. Ele quer se transformar no primeiro ente político que abraça os dois lados da polarização do país.

Reis tem creditado a Lula a luz no fim do túnel que o ministro Gilmar Mendes acendeu jogando um abacaxi paquidérmico no colo do colega Flávio Dino. Transformar a ilegibilidade já decidida em um uma indenização milionária ao meio ambiente. Uma multa que o empresário/político poderá pagar e se livrar com um simples Pix.

Este tem sido o real motivo dos seus acenos a Eduardo Paes e ao próprio Lula, com quem se encontrou e reacendeu a velha chama de carinho.

O BolsoLula que Washington Reis tenta construir inclui a tese que ainda é o nome preferido pelo presidente Jair Bolsonaro para concorrer ao Governo do Estado ou a única vaga disponível no Senado, já que uma é, compulsoriamente, do senador Flávio Bolsonaro.

O BolsoLula não conta com a anuência nem do MDB e nem do grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veem a transformação do ex-aliado em uma gigantesca melancia política, verde e amarela por fora e vermelha no seu coração.

O ESDRÚXULO BOLSOLULA - Acostumado a desafiar e maldizer o Olimpo, Washington Reis deve o seu desempenho político na última eleição ao bolsonarismo. Elegeu os dois irmãos, um estadual e outro federal e o sobrinho em Duque de Caxias.

O Bolsolulista, o primeiro da sua espécie, não sabe como reagirá o seu eleitor. Não vai ganhar votos na esquerda e vai perder os da direita.

O AMNÉSICO KING - Este ser híbrido, com um pé no Bolsonarismo e outro no Lulismo, esqueceu que foi anunciado como candidato a vice-governador do Rio, na chapa original da reeleição de Cláudio Castro e foi barrado pelo TRE.  A manobra custou à época a vaga do Tribunal de Contas do Estado - TCE que era sonhada para o seu clã para ser entregue ao deputado estadual Rosenverg Reis. Ela foi para Márcio Pacheco. O sucessor de Washington Reis na chapa majoritária é, por ironia do destino, quem ocupou outra vaga na corte de contas.

CONFRONTO REVELADOR - O confronto entre os deputados Rosenverg Reis e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, ocorrido nesta segunda, no plenário da Casa, só serviu para expor a posição política da família Reis no jogo da sucessão do Rio.

Enquanto tenta salvar o pescoço no alinhamento com Eduardo Paes e Lula, com relativo sucesso, era o desejo do ainda secretário de Transportes, parar o tempo e impedir qualquer definição do jogo sucessório para voltar a ser o player, só que agora carimbado de BolsoLula.

BOLSO SEM FUNDO - Depois do embate de Rosenverg e Bacellar, que demonstrou força no parlamento ao aprovar a convocação de Washington Reis, um aliado do presidente da Alerj não resistiu, e alfinetou: "BolsoLula só vai dar certo para Washington se nele o Bolso não for de Bolsonaro, mas literalmente de Bolso, uma especialidade vestuaria que ele supera a todos na política do Rio e deixa o finado Picciani com jeito de Irmã Dulce". Todos riram e seguiram na verificação de quórum.

CABEÇA NA BANDEJA - O governador Cláudio Castro poderá deixar um presente para a governança interina do deputado Rodrigo Bacellar agora em julho, na interinidade de 20 dias. Castro sai de férias e Bacellar assume o governo.

Neste período,  o seu primeiro ato no exercício como governador será de exonerar Washington Reis da Secretaria dos Transportes.

Com tanta agenda envolvendo negócios com a China, todos acreditam que Reis não pedirá para sair. Vai pagar para ver. E ficar até a última gota.

NÃO EXPLICOU - Em tempo: até agora Washington Reis não explicou a Bolsonaro o seu encontro com Lula, o seu namoro com Eduardo Paes e nem porque credita ao presidente Luiz Inácio, que surgiu no final do túnel, para afastar a sua inelegibilidade.

POLARIZAÇÃO ESPERADA - A derrubada do veto pela Alerj do projeto de lei que traz de volta o Sambódromo para o Estado do Rio, colocou o Prefeito Eduardo Paes em polarização com o legislativo fluminense, leia-se Rodrigo Bacellar. É tudo que os marqueteiros do deputado desejam.

Ao armar a guarda municipal e falar de segurança, o plano de Marcello Faulhaber era ver Paes polarizando com Claudio Castro. Isso dificilmente irá ocorrer  já que o governador, além de não agir com o fígado às provocações do alcaide, mergulhou dando protagonismo para Bacellar.

TIETAGEM MÁXIMA - A entrevista de Marcello Faulhaber ao podcast de Josias Azevedo e Walfrido Warde é antológica. As respostas e a tietagem do entrevistado a Azevedo é para deixar os hoje marqueteiros da santíssima trindade, Duda Mendonça e Geraldão, corados de vergonha. Se Paes assistir na íntegra a entrevista, vai ter vontade de ter uma conversa séria com Sidônio Palmeira. Dizem que Warde saiu corado de vergonha.

RECONHECIMENTO - A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro brilhou mais uma vez. A PUC-Rio celebrou ter mantido a liderança entre as instituições privadas do país no QS World University Rankings 2026, além de figurar entre as cinco melhores do Brasil e ocupar o segundo lugar no Estado. Foi avaliada ainda como a universidade com melhor internacionalização do corpo docente e a terceira em empregabilidade.

Junto à comemoração, a PUC-Rio aproveitou para antecipar a expansão de sua grade com cursos em Inteligência Artificial, Matemática Aplicada e Computacional, Farmácia e Sustentabilidade.