Coluna Magnavita | Volta Redonda cobra ação do Governo Federal para proteger indústria do aço

Por Cláudio Magnavita

Prefeito Neto enviou ofício ao presidente Lula alertando sobre os impactos da nova tarifa dos EUA e da entrada de aço chinês no mercado brasileiro

A Prefeitura de Volta Redonda encaminhou, nesta quarta-feira (4), um ofício ao presidente da República expressando preocupação com os efeitos negativos das recentes decisões no mercado internacional do aço. O documento pede medidas urgentes do Governo Federal para proteger a indústria siderúrgica nacional e evitar o aumento do desemprego em cidades diretamente afetadas, como Volta Redonda.

O alerta ocorre após os Estados Unidos (EUA) anunciarem, no último dia 29 de maio, a retomada de tarifas de 25% sobre o aço brasileiro - e que recentemente dobrou para 50% -, uma política protecionista que reduz drasticamente a competitividade das exportações nacionais. Ao mesmo tempo, o mercado interno brasileiro enfrenta a crescente entrada de aço chinês, vendido a preços mais baixos e considerados desleais pela indústria nacional. Dados do Instituto Aço Brasil apontam que, entre janeiro e abril de 2025, a importação de aço da China aumentou 22%.

O prefeito de Volta Redonda destacou que o município, sede da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), sente os efeitos diretos dessa "guerra comercial". "Já observamos congelamento de contratações e uma revisão de investimentos. O impacto é imediato na vida do trabalhador, que está na ponta da cadeia produtiva", afirmou.

O setor siderúrgico emprega diretamente mais de 110 mil pessoas no Brasil, com milhares desses empregos concentrados em Volta Redonda e outros polos industriais. Só a CSN teve, em 2024, cerca de 18% de sua receita internacional ligada às exportações para os EUA, que agora estão ameaçadas.