Coluna Magnavita | Alma lavada

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu por unanimidade, nesta segunda-feira (20), pelo trancamento da ação penal movida contra o delegado Fernando Moraes, ex-diretor da Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil, no processo nº 0600033-30.2025.6.19.0000.

A investigação em questão fazia parte do inquérito que apurava o chamado “QG da Propina”, esquema de corrupção supostamente instaurado na Prefeitura do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella. No curso da apuração, o delegado chegou a ser preso, em uma medida considerada injusta e desmedida, diante da total ausência de provas que justificassem tal constrangimento.

A corte acompanhou o parecer do Ministério Público Eleitoral, que reconheceu a ausência de justa causa e a inexistência de indícios mínimos que justificassem o prosseguimento da ação penal. Com isso, o processo foi encerrado sem julgamento do mérito, resultando na inocência e absolvição do delegado. A decisão do TRE-RJ reforça o reconhecimento de que não havia qualquer envolvimento do delegado nos fatos apurados.

Com 43 anos de atividade policial, Fernando Moraes construiu uma das carreiras mais destacadas da segurança pública brasileira. Entre 1995 e 2008, esteve à frente da DAS e protagonizou um feito inédito: em 2005, o Estado do Rio de Janeiro zerou os casos de sequestro, mesmo com o crime apresentando índices altíssimos em outros estados. Pelo feito, foi homenageado pelo Ministério da Justiça naquele ano.

Com o reconhecimento de sua inocência pelo TRE-RJ, Fernando Moraes reafirma sua trajetória de ética, coragem e compromisso com a segurança pública, sendo lembrado como um dos nomes mais importantes da história da Polícia Civil fluminense e do combate ao crime organizado no Brasil.