Dia das Mães no TJRJ 2025: decisões que transformam lares e corações
A maternidade nem sempre começa na gestação ou segue roteiros previstos. No Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), cada processo de adoção, guarda ou reconciliação familiar pode reinventar essa história — sobretudo quando o olhar do Judiciário se alia à escuta atenta de magistrados, servidores, assistentes sociais e psicólogos. Às vésperas do Dia das Mães, decisões recentes ilustram como a Justiça atua para que o amor floresça mesmo após anos de espera, desafios de saúde ou rupturas dolorosas. Uma delas é sobre a chegada da Alice.
A engenheira civil Adriana Furtado, 49 anos, descobriu a infertilidade e, no meio de um tratamento de, recebeu também o diagnóstico de câncer de mama, em 2016. Nos anos seguintes encarou cirurgia, retirada de 1/4 da mama, tratamentos com radioterapia e hormonioterapia e a perda da própria mãe. Quando a médica sugeriu a adoção, Adriana e o marido, Alexandre Ferreira Moura, encontraram um novo caminho.
Durante dois anos de preparação — palestras no TJ, entrevistas com psicólogas e assistentes sociais das 1ª e 2ª Varas da Infância e da Juventude da Capital — o casal amadureceu o projeto de parentalidade. Em 9 de junho de 2024, nasceu Alice, entregue provisoriamente a uma família acolhedora. Fotos enviadas pelo serviço social alimentavam o coração dos futuros pais até que, em setembro, uma ligação mudou tudo:
"A assistente social disse: 'Podem vir buscá-la hoje'. Naquele instante, o mundo ganhou cor de novo", relata Adriana.
A sentença favorável da juíza Cláudia Leonor Gomes Bobsin consolidou a adoção. A magistrada, mãe de quatro filhos, avalia:
"Histórias como a de Adriana provam que adoção é amor escolhido. Não há presente de Dia das Mães mais potente do que possibilitar essa união."
Hoje Alice comemora um ano de vida e já frequenta a creche. Ao chegar do trabalho, Adriana é recebida por braços que mal conseguem abraçar tanto quanto o sorriso consegue acolher.