DESCORTESIA PRESIDENCIAL - No quesito deselegância, ninguém compreende a lógica do Lula 3, já que nos dois mandatos anteriores, o presidente sempre foi zeloso pela manutenção das relações institucionais do cargo e da liturgia da função presidencial. A realização do G20 no Rio tem absoluto apoio de toda a sociedade e conta com o respaldo logístico do Governo do Estado.
Não só a segurança é fornecida pelo Governo do Rio, como o pagamento de RAIS para as forças de segurança das delegações e a estrutura do G20 Social, com o pavilhão climatizado, alimentação e alojamento para 4 mil pessoas no Célio de Barros. Essa é uma pauta que fala diretamente aos movimentos sociais ligados à esquerda e ao presidente Lula.
Na primeira relação da comitiva presidencial do Brasil, o credenciamento que garante o acesso e participação das autoridades no G20, simplesmente não foi incluído o representante do Governo do Estado. Até agora, só o prefeito Eduardo Paes consta na lista local. Na prática, a conta de parte do evento é do Estado e não há um aceno de respeito ao governador anfitrião. Não se trata da pessoa do governador, mas ao ocupante da função de governador do Estado-Sede, seja ele quem for. Uma verdadeira gafe institucional.
JANJAPALLOZA - O evento do G20 Social, esperado na conta do Governo do Estado, que deverá gastar mais de R$ 10 milhões com estrutura, alojamento e alimentação de 4 mil pessoas, está sendo chamado de JanjaPallooza, pelo caráter político partidário de incluir só movimentos sociais ligados à esquerda. Neste cenário, forma-se um paradoxo interessante: é um governo aliado ao presidente Bolsonaro que banca a festa da esquerda. Uma conta esperada sem o menor pudor. O governo bolsonarista serve para pagar a conta da "petralhada", mas na hora de ser incluído na comitiva presidencial, não.
COZZOLINO TEVE O DOBRO DOS VOTOS - Foi realizada na sexta, por meio eletrônico, a escolha dos nomes que formam a lista dos candidatos a Defensor Publico-Geral (DPG), que será submetida à escolha do governador Cláudio Castro. Foram contabilizados 1.025 votos válidos - 99,2% do total de votantes -, apurados imediatamente após o encerramento da votação.
O candidato Paulo Vinicius Cozzolino foi o mais votado, com 650 votos (63,4% do total). A candidata Patrícia Cardoso Maciel Tavares, atual DPG, recebeu 375 votos (36,5% do total).
Nesta segunda, 11 de novembro, o governador Cláudio Castro recebe o resultado durante audiência que concede à defensora pública-geral, Patrícia Tavares, que comunicará o resultado.
Para ser coerente com a sua postura na última eleição, da qual foi vitoriosa, pela qual sempre defendeu a escolha do mais votado e, diante da demonstração de força Cozzolino, que recebeu o dobro dos votos, não causará surpresa se ela comunicar que não aceitará a hipótese de ser reconduzida.
Patrícia Cardoso Maciel Tavares se elegeu defensora pública-geral para o biênio 2023/2024 e foi a primeira mulher a ocupar o cargo. É defensora desde 1994. Foi professora e coordenadora de disciplina do curso de Direito da Universidade Estácio de Sá, de 1998 a 2010.
O candidato mais votado, com 63,4% dos votos, Paulo Vinicius Cozzolino Abrahão, está no segundo mandato consecutivo como presidente da Caixa de Assistência aos Membros da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (Camarj). Defensor público desde 2006, atuou em 28 municípios, em órgãos de diversas atribuições. Foi defensor titular em Campos, São Pedro da Aldeia, Queimados e, hoje, é titular da 1ª Vara Cível de Nilópolis. Além da vida acadêmica como professor, em 2015, foi diretor administrativo da Fesudeperj. Em 2016, esteve à frente da Secretaria-Geral da Defensoria.
"Eu tenho que agradecer muito a todo mundo que acreditou na gente, a todo mundo que ficou ao nosso lado nessa campanha, que acreditou, que está aqui. É a possibilidade de uma renovação, de continuar crescendo. A Defensoria está dando certo há 70 anos, e vai continuar dando certo por mais 70, 140 anos. Eu queria, de verdade, convidar todo mundo mesmo para comemorar, não a eleição, mas a Defensoria" afirmou o candidato Cozzolino.
MILITÂNCIA PARTIDÁRIA - Um dos pontos mais criticados na gestão de Patrícia Tavares foi o fato dela ter permitido que o logo da Defensoria, junto com o PSB, assinassem petição conjunta contra ações policias na Maré. Um momento que atuação partidária da Defensoria perdeu o pudor.