Os ataques que o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) sofreu esta semana, por uma mídia especializada em colocar fogo em circo, demonstram a velha teoria de ouvir o galo cantar e não sabe onde. O pior é que no afã de escolher um alvo para apedrejamento midiático, mesmo sabendo que ao lado, muito próximo, está um dos nomes mais importantes dos bastidores do jornalismo político, só revela a falta de pudor de atirar primeiro e perguntar depois. Aliás, uma marca do trabalho de incendiária de plantão.
Só que desta vez a crítica não foi no pessoal, mas a uma instituição de grande credibilidade e que goza de uma reputação de caráter humanitário. Há anos, o Brasil tenta reequipar os bombeiros estaduais e padronizar equipamentos. Não há fabricantes no país de caminhões específicos para as corporações. Aqui, os carros são montados sobre plataformas de veículos de carreira e são adaptados com alto custo. O CBMERJ abriu uma licitação internacional que já conta com o pedido de adesão de ata de 11 estados. Uma visita técnica foi marcada para conferir a capacidade e avaliação técnica do fabricante. Passo importante para evitar escândalos como os blindados da PRF.
Uma compra com cuidados técnicos e que pode revolucionar as unidades de vários estados, saindo do monopólio de empresas brasileiras que fazem adaptação de veículos há décadas, recebeu uma manta de suspeição pela mídia como se algo de muito errado estivesse ocorrendo. A viagem foi adiada devido à subida do nível das águas no Rio Grande do Sul, que, neste momento, recebe 100 bombeiros do Rio e centenas de vários outros estados. A Liga dos Bombeiros, entidade que o Rio faz parte e é presidida pelo comandante de Goiás, está pedindo mais ajuda e enfrenta em campo o problema da não padronização dos equipamentos.
Lamentável que esta prática de destruição de reputação de políticos tenha se ampliado para a destruição da reputação do primeiro Corpo de Bombeiros do país. Neste caso, o que entrou em combustão foi a credibilidade de quem atirou primeiro, sem apurar os fatos ouvindo a outra parte.