O PSDB tenta se reerguer no Rio e acaba de tropeçar na própria sorte. O ex-secretário da Fazenda e depois Seplag do estado, Nelson Rocha, deixou o primeiro escalão do Governo e mergulhou de corpo e alma na reconstrução da legenda no estado e na capital. Junto com Aspasia Camargo, Rocha, que é um dos líderes das entidades de contabilistas fluminense, começou a trabalhar na expansão em grandes cidades e chegou a ser apontado como candidato do PSDB a prefeito do Rio. Um ex-secretário concorrendo e com experiência em gestão pública seria um forte concorrente.
O ex-secretário Nelson Rocha assumiu a presidência do diretório municipal e arrumou a casa. Fez um belo trabalho e não merecia ser apunhalado pelas costas como ocorreu no último dia 2 de maio.
Nelson foi afastado pelo presidente nacional do PSDB sem nenhum aviso prévio e sem um muito obrigado. Foi trocado na presidência e ainda teve o seu nome excluído da executiva municipal sem o seu consentimento.
Quem melhor traduz a sua indignação é o texto da carta que ele enviou a Marconi Perillo Júnior, coordenador da executiva nacional no qual afirma:
“Na condição de presidente da Direção Municipal do PSDB da cidade do Rio de Janeiro, fui surpreendido no último dia 02/05/2024, ao final do dia, com publicação no site do partido da Resolução CEN-PSDB n° 017/2024, em que designa uma nova composição para a Comissão Provisória Municipal para a nossa cidade. Manifesto de antemão a minha indignação, pela forma como tal ação foi feita sem que me fosse comunicado, o que de fato até hoje não foi feito, simplesmente a publicação no site do partido, sem que me fosse dada a motivação para tal fato. Entendo isso como uma falta de respeito para com aquele que lhe foi solicitado assumir a presidência do Diretório Municipal, que se encontrava em frangalhos, na iminência de não poder participar das eleições 2024, haja vista que não apresentara as contas dos últimos 3 anos.
Em seu texto, Nelson Rocha afirma ainda: ”Minha decepção se aprofunda com a resolução supra citada, haja vista, o trabalho desenvolvido à frente da direção municipal, sem recursos, sem mão de obra, apenas com voluntários abnegados, que tinham como objetivo reconstruir o partido dilacerado. Cito apenas algumas das principais ações: 1) Prestação de Contas dos 3 anos em atraso e até a de 2023 já apresentada - tal ação permitiu ao partido participar das eleições 2024 e voltar a receber os recursos, que inclusive pagaram os funcionários do Diretório Estadual, quando transferimos os recursos recebidos; 2) Constituição das 49 zonais da cidade - não havia uma zonal sequer constituída; 3) Montagem da Nominata do partido para o pleito eleitoral, com chance concreta de eleger de 2 a 3 vereadores (as); 4) Reaproximação com antigas lideranças do Partido que haviam se afastado, como o caso da Vereadora Teresa Bergher, que retornou ao PSDB - apenas para salientar que o partido não elegeu nenhum vereador (a) na última eleição”.
No final, ele declina da inclusão do seu nome sem uma consulta prévia. Conclui “Diante de tal situação, não posso me quedar silente, pela injusta decisão, que a meu juízo não se coaduna com a história do partido desde os seus fundadores, e pela forma como se processou, nem tampouco aceitar participar da nova composição como membro, conforme expresso na Resolução, que aliás, sequer me foi indagado se aceitaria. Portanto, solicito a retirada imediata do meu nome da referida Comissão.”
A nova comissão que atropelou o ex-secretário da Sefaz, Nelson Rocha, é presidida pelo ex-secretário de Turismo do Estado, Sávio Neves, e tem como vice Teresa Bergher. A perplexidade maior é que Neves é conhecido pela sua fidalguia e ninguém entendeu a puxada de tapete no seu ex-colega de governo.
SILÊNCIO
Até agora, a ex-deputada Aspásia Camargo não deu um pio sobre a apunhalada que Nelson Rocha levou da Direção Nacional do partido. Não estava na hora de fazer um desagravo público?
CONTROVERSO
Foram Aspásia e Nélson Rocha que colocaram o PSDB na base de apoio a Rubens Bomtempo, em Petrópolis. Uma decisão que coloca a legenda apoiando um candidato ligado a Lula.
