Revolucionar para modernizar a gestão administrativa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro é a principal meta do desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, que espera inaugurar até o final do ano a Sala de Governança Corporativa. A nova unidade vai proporcionar o controle da gestão diária do tribunal, nas atividades na magistratura e nos setores administrativos.
O local encontra em processo de finalização e será dotado de telas para projeção dos dados referentes a cada serviço em execução no tribunal. Uma equipe especializada será montada para atuar, especialmente, na operação dos sistemas tecnológicos, dentro de um ambiente propício a estimular a criatividade e oferecer bem-estar aos seus ocupantes.
"A atividade do juiz vai além da sua função adjudicante. Hoje, ele precisa ser um gestor e ter o controle, por exemplo, da quantidade de processos em seu cartório. Nas visitas que fiz às comarcas, passei esse ponto de vista aos juízes. Se ele não for um administrador, a sua vida no cartório ficará caótica" - disse o presidente.
A Sala de Governança Corporativa é apenas um dos projetos a ser implementado até o final da gestão de Cardozo. Ele tem se empenhado, juntamente com a sua equipe, na evolução dos sistemas eletrônicos, com o objetivo de colocar o TJ do Rio no topo da informatização.
"Pretendo fazer o Tribunal de Justiça do Rio um dos melhores tribunais informatizados do país. Estamos na fase de construção e vamos inserir a Inteligência Artificial para propiciar mais agilidade à prestação dos serviços jurisdicionais" - ressalvou o desembargador.
Dedicação e preparação
Com 35 anos na magistratura, o desembargador será um dos personagens de um documentário que conta a importância do judiciário fluminense, a partir da fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1975. Ele acompanhou os bastidores do judiciário neste processo de fusão, através das reuniões mantidas, na época, por seu pai, o desembargador Estenio Cantarino Cardozo (falecido em 2018) com os colegas da magistratura fluminense.
"Segui os passos de meu pai e tenho a certeza de, onde ele estiver, vê com orgulho o filho na chefia do Poder Judiciário fluminense. Para ocupar essa função, me preparei e digo isso, não com egoísmo ou presunção. Alcancei o posto com foco no futuro e pautei a minha carreira com ética, respeito e seriedade" - confidencia o desembargador. Na sua opinião, um bom gestor do tribunal deve ter o olhar do cidadão.
O desembargador lembrou a futura inauguração de uma central de atendimento aos moradores de rua, a ser implantada na Central do Brasil. O TJRJ vai atuar em conjunto com a Defensoria Pública, Ministério Público, os a Prefeitura e o governo do Estado. No local, os usuários poderão obter documentos.
Para o público interno, Cardozo tem, como gestor do tribunal, o objetivo de humanizar a Corte. Isto é, estimular maior proximidade do poder com os usuários do judiciário.
Novas Portas
A sua gestão também tem se engajado na abertura de novas portas do judiciário. O planejamento incentiva o comprometimento do magistrado com as novas técnicas de solução de conflitos, que incluem a mediação e a conciliação. Cada vez mais, explica o desembargador, as pessoas vão ao judiciário com situações que podem ser resolvidas pela mediação e a conciliação, sem necessidade de a questão assumir o caráter judicial. Além de desafogar o acervo de processos, a mediação e a conciliação são hoje uma realidade no judiciário, tanto que, recentemente, o Tribunal de Justiça do Rio inaugurou uma escola para a formação de mediadores e conciliadores.