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PINGA-FOGO

E AGORA DINO? - A morte da menina petropolitana Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal no Rio, gerou críticas de autoridades sobre a conduta das polícias ligadas ao governo federal, especialmente a PRF, subordinada ao ministro Flávio Dino e ao seu secretário executivo Ricardo Capelli. Além do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ter defendido que a existência da PRF deve ser repensada, outros membros do judiciário também comentaram. A procuradora de Justiça Monique Cheker, do Ministério Público Federal, escreveu em sua conta no X, antigo Twitter: "Todas as polícias possuem setores ostensivos por natureza e, assim, fazem mais abordagens aos cidadãos. Isso exige ainda maior preparo pois gera maiores situações de risco, estresse e decisões imediatas. É inadmissível que um policial atire 'porque achou que ouviu um tiro'. É assustador e custou uma vida. O MPF, certamente, avaliará o dolo eventual. As polícias, de uma forma geral, precisam de reciclagens permanentes sobre abordagens policiais". Monique, que já atuou em Petrópolis, hoje está no Núcleo Cível e Ambiental do MPF em Curitiba, no Paraná. Até agora o ministro Flávio Dino não deu um pio sobre a atuação da PRF neste episódio lamentável. Ele sabe bem o que é a dor de perder um filho em um episódio tosco, como foi os tiros disparados contra a família petropolitana. Enquanto isso, Ricardo Capelli é a estrela do programa político do PSB.

SEMANA FATAL - O governador Cláudio Castro chegou ao Rio depois de finalizar suas férias. Nesta segunda (18) reúne os secretários do seu núcleo duro para definir as mudanças que fará no seu primeiro escalão e em algumas empresas públicas. Algumas premissas já são conhecidas para os partidos que manterão seu quinhão no governo: ter representação na Alerj e ser totalmente fiel ao projeto de 2024.

LISTÃO - Na própria segunda-feira, 18, alguns nomes já serão conhecidos. Já tem uma secretária que iniciou o trabalho de arrumar as gavetas e recolher os carros oficiais que estão a serviço de pessoas estranhas ao quadro da pasta que comanda.

PRESSÃO NÃO FUNCIONA - Dentro das mudanças, uma coisa é certa: a palavra final será do governador Cláudio Castro que não aceita pressão, nem dos mais próximos, para promover as alterações no quadro. Engana-se quem pensa que Castro está pensando só na capital. O alinhamento político dos partidos na eleição de 2024 passa pelo interior. Poucos governos compreenderam a intrigada equação da política fluminense como este. O mapeamento dos municípios está sendo feito não apenas pela eleição de 24, mas de 2026. Em tempo: a vitória do atual governador no Primeiro Turno em 2022 passou por uma equação similar de valorização do interior.

GANHANDO CORPO - Corre nos bastidores que o União Brasil poderá concorrer em 24 na cabeça de chapa apoiada pelo Guanabara. Voltou a ganhar corpo o nome do vice-governador Thiago Pampolha. A equação é simples e não remete a prejuízos eleitorais em qualquer das hipóteses . A primeira delas é a força do bloco partidário que Castro está construindo. Muitos dos interessados na cadeira de governador em 2026 trabalharão de corpo e alma pela eleição de Pampolha para prefeito, que abre um horizonte para novos nomes ao Guanabara. No caso de derrota, ele sai bem mais conhecido em áreas do Rio que não sabem quem ele é, já que é um político com base na cidade na Zona Oeste. Citam o exemplo de Geraldo Alckmin. Concorreu à Prefeitura de São Paulo, ficando em terceiro lugar e, dois anos depois, virou governador. É um jogo do ganha e ganha sem medo de ser feliz. O vice-governador pode concorrer sem deixar a função (já ocorreu com Luís Paulo Conde, como vice de Rosinha) e a agenda do Meio Ambiente tem sido turbinada, com ganhos eleitorais.

TAPETE VOADOR - Curiosa a ida da comitiva municipal a Cingapura para cuidar dos destinos do Galeão. Apesar do Rio ter voos diretos da Lufthansa e Air France, com conexão imediata para o destino asiático, preferiram embarcar na Qatar Airways saindo de São Paulo, e assumiram a ida pelo Aeroporto de Guarulhos na divulgação oficial. O Prefeito Eduardo Paes foi acomodado na luxuosa suíte de primeira classe, com direito à privacidade total. Já o representante da Rio Galeão foi de executiva. Ninguém viu o presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado, a bordo na executiva. Só se foi de suíte privada da primeira classe, ficou trancado e dormiu todo um trecho, ou estava na econômica. A dúvida é: quem pagou pela missão? Se foi a prefeitura, curioso o luxo da primeira classe; se foi a Changi que deu os bilhetes, este tema precisa ficar claro para os munícipes, já que é um favor recebido de uma empresa com interesses gigantes do caso do Galeão, como pendurar na conta da viúva o pagamento de parcelas da concessão e ainda assumir o Santos Dumont.

VIA SÃO PAULO - A Qatar Airlines é a queridinha da turma da prefeitura e não a Emirates, que volta a voar para o Rio. Quem foi fotografado neste final de semana, embarcando de volta de férias ao Brasil, foi o secretário municipal de Cultura, o deputado federal Marcelo Calero. Estava na fila de embarque dos clientes da classe executiva.

JOGO SUJO - A Polícia Civil está investigando um estranho movimento realizado em Petrópolis contra o secretário estadual de Governo, Bernardo Rossi, ex-prefeito da cidade. Faixas atacando o rapaz foram colocadas no bairro que reside, além de folhetos difamatórios. O carro utilizado foi uma saveiro de uma empresa de locação que presta serviço a prefeitura de Petrópolis, placa QXN0E15. Já foram identificados também os condutores do veículo.

CURTO-CIRCUITO - Tem assessor de imprensa querendo concorrer com os veículos que o prestigiam, criando um site de política voltado, principalmente, para os seus clientes e ainda leva o nome da empresa que trabalha para parlamentares. Vai acabar perdendo a abertura nos veículos amigos e publicando suas notícias só no seu espaço jornalístico.

ENCHENTES NO SUL - O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) rejeitou diferenças partidárias para se colocar à disposição do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, no sentido de agilizar a liberação de recursos para as vítimas das enchentes no estado. Nas eleições do ano passado, Mourão apoiou o candidato do PL, Onyx Lorenzoni, que acabou derrotado por Leite. No plano federal, vice-presidente no governo Jair Bolsonaro, Mourão fez oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

ENCONTROS - Apesar das posições políticas diferentes, Mourão esteve na sexta-feira (15) com Leite para unir esforços em prol das vítimas das enchentes. "A finalidade do meu encontro com o governador foi de me colocar à disposição para cobrar do governo federal os recursos que foram prometidos na visita que o presidente em exercício Geraldo Alckmin fez e dar velocidade nisso porque o Estado está precisando", afirmou Mourão, ao sair do Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. Alckmin esteve no estado no domingo passado (10).

BUROCRACIA - Segundo Mourão, é possível acelerar os entraves burocráticos para acelerar a liberação. "A gente tem que espremer a burocracia para ela fazer o trabalho avançar da forma mais rápida possível", afirmou.

SEM PROJETOS - A saída de Ana Moser, "feminicídio político" a parte, não desagradou as federações ligadas aos esportes olímpicos. O volume de queixas ligadas à agora ex-ministra era enorme. Não só pela forma rude de agir e tratar os funcionários do ministério, como pela ausência de projetos. Para um defensor da ex-ministra, o representante de uma das federações fez a seguinte pergunta : "Me cite três projetos da moça…?" A resposta foi um silêncio tumular. Não tinha como ser respondida.