Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita: Duas ampolas de urânio enriquecido usadas como combustíveis de Angra II sumiram

A Eletrobras negocia com o governo a venda de sua participação na Eletronuclear, responsável pelos investimentos da usina de Angra 3, em meio às tratativas para ceder vagas em seus conselhos de administração e fiscal. Os investimentos em Angra 3 foram uma espécie de herança não desejada pela Eletrobras após a privatização da empresa, feita em 2022. A construção da usina, em Angra dos Reis, sul do interior do Estado do Rio, que começou na década de 1980, foi interrompida duas vezes. Hoje, cerca de 60% da obra está pronta. | Foto: Divulgação PAC

SUMIÇO DE URÂNIO DE ANGRA

A vinda do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), general Marcos Antonio Amaro dos Santos, a Angra dos Reis, nesta quinta-feira, dia 16, coincide com o sumiço de oito gramas de urânio enriquecido, que seriam usados na usina Angra 2. Na noite desta quarta (16/08), as regiões do Médio Paraíba e da Costa Verde foram surpreendidas com a notícia. Uma verdadeira bomba. As duas ampolas com o material desapareceram da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Resende, em julho. Em nota, a INB informou que "após uma transferência interna entre áreas de armazenamento na Fábrica de Combustível Nuclear, realizada em julho, foi detectada a ausência de dois tubos contendo amostras testemunho de UF6 (hexafluoreto de urânio) enriquecido".

PRECEDENTE PERIGOSO

Ainda segundo a nota, "os recipientes contêm pequena quantidade do material utilizado na produção de combustível para Angra II. Com 8 cm de comprimento, cada tubo possui massa de aproximadamente 8 gramas de UF6 enriquecido. A empresa ressalta que, em relação aos riscos radiológicos, a liberação do conteúdo, caso ocorra, não acarreta danos à saúde de um indivíduo". A informação foi dada em primeira mão no blog da jornalista Tânia Malheiros. Ainda segundo a nota da empresa, a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) também foi comunicada.