RISCO DE EXPLOSÃO - Um comitê de crise foi montado na sede da Naturgy, no Rio, para enfrentar o clima quente da CPI da Alerj, que coloca lupa nos concessionários. A presidente executiva da empresa, Kátia Repsold, tem o receio de receber voz de prisão dos parlamentares se cometer perjúrio ou contrapor de forma veemente a dura arguição dos deputados estaduais, especialmente do deputado Rodrigo Amorim.
A Naturgy teria trocado o advogado criminalista que assessora a companhia para buscar um nome que tivesse livre trânsito com parlamentares da Alerj. Das concessionárias convocadas, a Naturgy acumula o maior passivo com o legislativo fluminense, não apenas pela distância que sempre manteve com os deputados, mas pelo conflito criado ao tentar demonizar os pleitos de habilitação do serviço de gás para postos de combustíveis instalados nas bases eleitorais. O clima está tão explosivo que já deixaram aprovado o pedido de condução coercitiva de Kátia Repsold, se ela novamente não comparecer à CPI.
A concessionária do gás, que tem como acionista um grupo espanhol, que pouco investiu na empresa, terá o seu passivo contratual autopsiado pela CPI. Mais um capítulo que reforça a possibilidade do governo promover um leilão para a concessão — e ter motivos para aceitar a tese de prorrogação.
ESCORREGOU - Os deputados estaduais estão frustrados com a escorregada do secretário Hugo Leal, que, convidado para participar da CPI, protocolou, na sexta 28 de julho, requerimento informando que não poderia participar das oitivas, devido a uma viagem de trabalho a Brasília. Na Alerj, acham que foi uma atitude de "bagre ensaboado" na questão da Naturgy. Aliás, há algum tempo, que Leal anda fora de sintonia com o quinto andar do Guanabara.