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EXCLUSIVO | Coluna Magnavita: Mitsui entrega carta de desistência da concessão da SuperVia

Os operadores da Supervia jogaram o chapéu nesta quarta, 26 de abril, entregando a correspondência oficial que não continuarão a operação do sistema ferroviário metropolitano. Em resumo: estão devolvendo a concessão. A sinalização de que isso ocorreria foi feita na semana passada, com o tema guardado a sete chaves, já que a semana abriu com a possibilidade de ter um novo parceiro na operação no Rio. A entrega da carta de desistência revelou que o surgimento do novo cenário não se concretizou.

Em depoimento na Alerj no ano passado, Kazuhisa Ota, presidente da Gumi Urban Mobility, principal acionista da empresa japonesa Mitsui, controladora da SuperVia, concessionária do sistema ferroviário do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que o sistema ferroviário entraria em colapso em agosto daquele ano.

A empresa começou a entrar em derrocada operacional, sendo alvo de denúncias quase que diárias sobre os péssimos serviços oferecidos. Em 2022, o presidente da Gumi Urban afirmou: “Tivemos perda de receita por conta da pandemia e o sistema entrará em colapso em agosto de 22, ou seja, se não houver um aporte financeiro do Governo do Estado, já que fizemos um investimento de R$ 965 milhões desde 2019. Mas o sistema continua deficitário”.

O embaixador do Japão, Teiji Hayashi, tinha uma audiência no Palácio Guanabara com o governador Cláudio Castro, que ficou retido em uma pauta em Brasília e não pôde recebê-lo. A missão foi delegada ao secretários chefe da Casa Civil, Nicola Miccione, e pelo secretário de Governo, Bernardo Rossi. Não foi coincidência a entrega da carta da empresa japonesa Mitsui ser no mesmo dia da visita do embaixador. Este foi um dos temas que o diplomata colocou durante o debate, afirmando que os concessionários não teriam mais condições de operar a SuperVia sem um socorro financeiro do estado.

Para o Rio, a saída dos operadores japoneses está sendo vista com um bom cenário. Eles foram incapazes de realizar os investimentos prometidos e, sob alegação de prejuízo, deixaram o sistema colapsar, criando uma relação de conflito com o poder concedente. Pesa também o esforço de compreender a cultura do público ao qual deveria servir, a câmara de relacionamento institucional e até no tratamento com os funcionários. A perspectiva é de uma nova licitação e o surgimento de um operador que compreenda o mercado, não cruzando os braços à espera de um socorro governamental. Diante dos constantes conflitos criados e da falta de diálogo, o sentimento, por parte do poder concedente "é que a porta de saída será a serventia da casa”…

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