Por: Cláudio Magnavita

Coluna Magnavita: A disputa bilionária em torno dos royalties do Petróleo no Rio e em São Paulo

Para Rodrigo Neves e Axel Grael a farra com R$ 6,3 bilhões… | Foto: Fotos Reprodução

Uma disputa judicial em curso pode mudar a distribuição de bilhões de royalties do petróleo e transformar para melhor a vida de alguns dos municípios mais pobres da região metropolitana do Rio e de São Paulo, como São Gonçalo e São Sebastião, respectivamente.

Esses municipios passariam a se beneficiar de recursos que cobrem necessidades de saúde, educação e saneamento.

A disputa vem sendo travada desde o reconhecimento dos direitos de São Sebastião, no litoral de São Paulo, que questionou os critérios da ANP para distribuição dos royalties e ganhou o direito de receber os recursos não como área limítrofe de produção, mas como zona de produção principal de petróleo, e com isso, recebendo uma parcela maior dos royalties.

O município de Ilhabela recorreu e a decisão está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em São Paulo, Ilhabela recebia 100% dos royalties referentes a cerca de 5 campos de petróleo. Com a alteração, passou a dividir meio a meio os valores com São Sebastião, cerca de R$ 900 milhões no total.

Macaque in the trees
Para o Capitão Nelson, as migalhas do royalty do Petróleo: apenas R$ 109 milhões, ou seja, apenas 1,6% do que recebe a bilionária cidade vizinha

 

No Rio, a distribuição dos royalties no período de 2017 a 2021, evidencia o tamanho da discrepância. Seguem os valores:

1 - Niterói – R$ 6,3 bilhões

2- Maricá – R$ 7,9 bilhões

3- São Gonçalo – R$ 109 milhões

4 - Magé – R$ 244 milhões

Essa distribuição agrava o abismo entre cidades vizinhas, como Niterói e São Gonçalo. Enquanto a primeira tem uma das maiores rendas per capta do país, São Gonçalo é um dos municípios mais pobres do Rio. O caso entrou na pauta de 27 de fevereiro no STJ. Na primeira e segunda instâncias, o município de São Gonçalo venceu a disputa judicial.