Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Mudança facilitou aprovação de diretor preso ontem

Seabra Filho durante sabatina no Senado | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Uma manobra do senador Confúcio Moura (MDB-RO) abriu caminho para a aprovação de Mário Trivellato Seabra Filho, preso ontem pela Polícia Federal, para o cargo de diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Em 13 de dezembro de 2023, Moura, que presidia a Comissão de Serviços de Infraestrutura, responsável pela sabatina do indicado, trocou, em cima da hora, o relator do processo: tirou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e nomeou Carlos Fávaro (PSD-MT), que se licenciara na véspera do cargo de ministro da Agricultura.

Durante a sabatina, Viana protestou por ter sido substituído — alegou que, na noite anterior, dissera a Moura que não apresentaria seu relatório porque o candidato deixara de apresentar documentos.

 

Confirmação

Ontem, Viana afirmou que a prisão de Seabra Filho confirmou suas desconfianças. Disse que ele apresentara documentos duvidosos e que não havia como checar a veracidade de informações. O senador pediu que a sessão fosse adiada para fevereiro.

Pressão

Viana afirmou que a presença na sessão de representante do Ministério de Minas e Energia foi uma forma de pressão sobre o Senado. Indicado pelo ministro Alexandre Silveira (MME), Seabra Filho é suspeito de crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro.

Bandeira de Israel hasteada no fim do Leblon

O pavilhão está na fachada de prédio comercial | Foto: Fernando Molica

A lei 5.700, de 1971, determina que nenhuma bandeira de outro país pode ser usada no Brasil sem que a bandeira nacional esteja ao seu lado direito, "de igual tamanho e em posição de realce".

Isso, com exceção do que ocorre em representações diplomáticas.

Uma bandeira de Israel, porém, está há alguns meses hasteada, solitária, na fachada do Leblon Office: lá, segundo a Embaixada de Israel, não funciona nenhuma representação diplomática do país.

A coluna procurou a administração do prédio em busca de uma justificativa. Um funcionário disse ter repassado a demanda para a Arbi Rio, dona do imóvel.

 

Enrolação

Os resultados da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg reforçaram a tese governista de que protelar a votação da anistia é a melhor maneira de lidar com o tema. Há a percepção de que o julgamento de Jair Bolsonaro ajudou a refrescar a memória da população sobre o 8 de Janeiro.

Esperança

A condenação a uma anistia ampla e irrestrita por parte de 57,3% dos ouvidos (seis pontos a mais do que em agosto) foi muito comemorada. O Planalto ressalta que 50,2% são contra qualquer tipo de anistia. Há esperança de que os números sensibilizem o Centrão.

Lá e cá

Outro dado relevante é a constatação do desgaste da política de morte-assopra de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em relação a Bolsonaro. O governador de São Paulo é o principal nome da direita para encarar a disputa da Presidência da República em 2026.

Páreo duro

A pesquisa revela que a maioria da população rejeita o discurso radical adotado por Tarcísio. Ele é o candidato preferido de 46,3% dos que votariam em Bolsonaro, mas o percentual é ultrapassado pela soma das intenções em políticos que têm o nome do ex-presidente.