Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Julgamento: ordem quase unida no STM

O músico Evaldo Rosa, morto por militares | Foto: Reprodução

Dos nove militares com direito a voto no Superior Tribunal Militar, seis votaram pela diminuição das penas dos integrantes do Exército responsáveis pelas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador de latas Luciano Macedo.

Entre os cinco ministros civis, três votaram por penas mais pesadas e dois acompanharam a maioria dos oficiais-generais.

A redução ocorreu porque oito dos 14 ministros (o presidente da corte não vota) consideraram que os homicídios foram culposos, sem intenção.

No primeiro julgamento, os condenados receberam penas que variavam de 31 anos e seis meses a 28 anos de reclusão; agora, vão de três anos e seis meses a três anos. Os responsáveis pelos crimes disparam 257 tiros em via pública.

 

'Pessoas de bem'

Um dos que votaram pela diminuição das punições, o general Marco Antônio de Farias classificou os réus de "pessoas de bem". Segundo ele, e que os "verdadeiros responsáveis pelo infortúnio" estão livres e soltos, numa referência a bandidos que agem no Rio.

Atiradores

Dos ministros civis, Elizabeth Teixeira Rocha foi a única a defender a manutenção das penas anteriores. Futura presidente do STM, frisou para um colega que absolveu um cabo e quatro soldados, que o primeiro disparou 54 tiros; os demais esgotaram a munição disponível.

Oposição ironiza oferta de "emendas pré-datadas"

Câmara aprovou PEC do ajuste fiscal | Foto: Bruno Spada

Deputados da oposição se divertiam ontem com o que classificaram de "emenda pré-datada". Segundo eles, sem dinheiro para gastar este ano, o governo anda prometendo pagar R$ 5 milhões de emendas extras para parlamentares que votassem a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que integra o pacote fiscal.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) ironizou ao perguntar se o compromisso seria formalizado em em forma de cheque ou de nota promissória.

Sóstenes negou qualquer irregularidade no aluguel de carros, objeto de operação da Polícia Federal contra assessores dele e de Carlos Jordy (PL-RJ).

Sem busca

Apesar da operação, Sóstenes ressalvou que considerou importante o fato de o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, não ter autorizado o pedido da PF para que fosse feita busca e apreensão em sua casa e na de Jordy. O Ministério Público também foi contra.

Olho no Dino

Por falar em Dino: deputados e senadores estão com um olho no plenário e outro no STF. Boa parte acredita que o ministro vai conceder liminar no mandado de segurança impetrado pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ) contra o drible que liberou as emendas.

Boulos 1

Advogados do deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) decidiram não falar sobre o parecer do Ministério Público que considerou improcedente a ação que ele move contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) por suposto abuso de poder político.

Boulos 2

O Correio Bastidores apurou que o Psol quer aguardar uma decisão do juiz eleitoral, já que o parecer do promotor Fabiano Augusto Petean não tem poder de paralisar o processo. Na eleição, a campanha de Boulos já estranhara algumas posições do integrante do MP.